De acordo com os dados apresentados hoje pela ACAP, que constam no seu balanço anual, destes 36%, 15% tinham motorizações híbridas (HEV), 11% eram exclusivamente elétricos (a bateria, BEV) e 10% apresentavam-se como híbridos 'plug-in' (PHEV).
Os ligeiros de passageiros a gasolina representaram a maior fatia (42%), enquanto 18% dos novos registos diziam respeito a motorizações a gasóleo.
A nível europeu, os veículos movidos a energias alternativas representavam 47% das novas matrículas, com os híbridos a somarem quase um quarto (23%) de todas as matrículas.
Os BEV somavam 12% e os PHEV 9%, ao passo que 36% eram exclusivamente a gasolina e 16% unicamente a gasóleo.
Os dados apresentados pela ACAP, e que incluem informação da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), colocam Portugal como o nono país com maior quota de veículos exclusivamente a bateria entre as novas matrículas, numa lista encabeçada por Suécia (33%), Países Baixos (24%) e Dinamarca (21%).
Este aumento da quota de mercado de motorizações híbridas e elétricas permitiu a redução da média de emissões de dióxido de carbono por veículos ligeiros de passageiros. Em 2022, este valor foi de 104 gramas (g) por quilómetro (km), contra 108 g/km no ano anterior e 135 g/km em 2019.
"Tem havido uma mudança muito significativa naquilo que é a mobilidade na União Europeia e também em Portugal, e este quadro dá-nos exatamente a comparação com os dados de 2022 ligeiros de passageiros no que respeita a um indicador que agora é fundamental na análise em todos os mercados, que são as energias alternativas", sublinhou o secretário-geral da ACAP, Helder Pedro.
A quota de mercado de BEV cresceu substancialmente nos últimos anos, passando de 1% em 2017 para 11% no último ano.
Quanto à posição relativa, o secretário-geral da associação apontou que os bons resultados de outros países também se devem a estímulos adotados pelos seus governos com vista à mobilidade elétrica.
"Portugal manteve-se estável em relação ao que já existia, com uma ligeira alteração no ano passado, do valor, mas valores diferentes de valores que são praticados de incentivos noutros países da União Europeia. Estamos a falar de 7.000, 8.000 ou 9.000 euros. A Roménia tem 10.000 euros de incentivo, e Portugal passou de 3.000 para 4.000 euros", lamentou.
Questionado sobre uma potencial pressão sobre a rede elétrica com um aumento da quota de veículos a bateria no parque automóvel português, Helder Pedro afastou as preocupações e remeteu para a produção de energia renovável no país.
"É esse o caminho que os governos têm que apostar: haver cada vez mais a energia renovável que possa, digamos assim, compensar aquilo que é o excesso de procura que vai existir quando houver eletrificação", sublinhou.
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