Convocados mais trabalhadores para greve do setor automóvel nos EUA

O presidente do sindicato americano do setor automóvel United Auto Workers (UAW), Shawn Fain, apelou hoje para que mais 7.000 trabalhadores, em fábricas da Ford, em Chicago, e da General Motors, em Lansing, adiram à greve em curso.

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Lusa
30/09/2023 06:41 ‧ 30/09/2023 por Lusa

Auto

EUA

Estes trabalhadores vão juntar-se aos mais de 18.600 já em greve, no âmbito da paralisação iniciada há duas semanas, face à ausência de um acordo sobre a renovação do contrato coletivo na Ford, GM e na Stellantis.

A Ford acusou hoje a organização sindical de irresponsabilidade por ter alargado a mais duas unidades a greve.

O diretor-geral da Ford, Jim Farley, disse que o principal obstáculo nas negociações é a exigência do UAW de incluir no sindicato os trabalhadores das fábricas de baterias que estão a ser construídas no país, o que considera não fazer sentido entrar no acordo em negociação, por essas unidades só entrarem em funcionamento nos próximos anos.

O dirigente adiantou que, no caso da Stellantis, resultado da fusão entre a francesa PSA e a FCA (Fiat Chrysler Automobiles), se registam "progressos significativos" em vários dos pontos em discussão.

O sindicalista referiu-se a um mecanismo de adaptação dos salários ao custo de vida, bem como ao direito de greve no caso de o construtor anunciar encerramentos e deslocalizações de instalações.

O grupo Stellantis foi inicialmente criticado, juntamente com a GM, pela sua suposta inflexibilidade, tendo o UAW saudado os progressos significativos registados com a Ford na semana passada.

Esta semana o presidente do sindicato atacou publicamente a Ford por ter suspendido, na segunda-feira, os trabalhos de construção de uma fábrica de baterias no Michigan, considerado um grande projeto do grupo.

Na sequência do novo recurso, previsto entrar em vigor ao meio-dia em Detroit (16:00 em Lisboa), cerca de 25.600 sindicalizados estarão em greve, enquanto a maioria dos 146.000 trabalhadores sindicalizados dos três grandes construtores continua a trabalhar.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, visitou na terça-feira um piquete de greve no centro de distribuição de peças da GM em Belleville, nos arredores de Detroit, e apoiou o sindicato.

O chefe de Estado afirmou publicamente que o sindicato pode legitimamente reivindicar um aumento salarial de cerca de 40% na próxima convenção, que ficará em vigor durante quatro anos.

O ex-presidente Donald Trump também visitou a região na quarta-feira, esteve numa fábrica de peças que não pertence a nenhum dos três grandes fabricantes de automóveis e atribuiu a culpa do conflito a Joe Biden e à sua política de transição energética, que favorece o desenvolvimento de veículos elétricos.

 

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