Estes trabalhadores vão juntar-se aos mais de 18.600 já em greve, no âmbito da paralisação iniciada há duas semanas, face à ausência de um acordo sobre a renovação do contrato coletivo na Ford, GM e na Stellantis.
A Ford acusou hoje a organização sindical de irresponsabilidade por ter alargado a mais duas unidades a greve.
O diretor-geral da Ford, Jim Farley, disse que o principal obstáculo nas negociações é a exigência do UAW de incluir no sindicato os trabalhadores das fábricas de baterias que estão a ser construídas no país, o que considera não fazer sentido entrar no acordo em negociação, por essas unidades só entrarem em funcionamento nos próximos anos.
O dirigente adiantou que, no caso da Stellantis, resultado da fusão entre a francesa PSA e a FCA (Fiat Chrysler Automobiles), se registam "progressos significativos" em vários dos pontos em discussão.
O sindicalista referiu-se a um mecanismo de adaptação dos salários ao custo de vida, bem como ao direito de greve no caso de o construtor anunciar encerramentos e deslocalizações de instalações.
O grupo Stellantis foi inicialmente criticado, juntamente com a GM, pela sua suposta inflexibilidade, tendo o UAW saudado os progressos significativos registados com a Ford na semana passada.
Esta semana o presidente do sindicato atacou publicamente a Ford por ter suspendido, na segunda-feira, os trabalhos de construção de uma fábrica de baterias no Michigan, considerado um grande projeto do grupo.
Na sequência do novo recurso, previsto entrar em vigor ao meio-dia em Detroit (16:00 em Lisboa), cerca de 25.600 sindicalizados estarão em greve, enquanto a maioria dos 146.000 trabalhadores sindicalizados dos três grandes construtores continua a trabalhar.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, visitou na terça-feira um piquete de greve no centro de distribuição de peças da GM em Belleville, nos arredores de Detroit, e apoiou o sindicato.
O chefe de Estado afirmou publicamente que o sindicato pode legitimamente reivindicar um aumento salarial de cerca de 40% na próxima convenção, que ficará em vigor durante quatro anos.
O ex-presidente Donald Trump também visitou a região na quarta-feira, esteve numa fábrica de peças que não pertence a nenhum dos três grandes fabricantes de automóveis e atribuiu a culpa do conflito a Joe Biden e à sua política de transição energética, que favorece o desenvolvimento de veículos elétricos.