O deputado do Chega Pedro Frazão gravou um vídeo em frente à casa da família do primeiro-ministro, Luís Montenegro, em Espinho, e publicou-o nas redes sociais.
Nas imagens, que o Notícias ao Minuto optou por não partilhar, é possível ver o parlamentar, acompanhado por uma militante do mesmo partido, em frente à porta do chefe do Governo.
"Hoje fui até à casa de Luís Montenegro. Sim, estive à porta do templo da corrupção — e não, não me tremem as pernas", anunciou Pedro Frazão, acrescentando que deixou "uma carta" com "perguntas incómodas" a Montenegro.
Questões estas que mais parecem acusações, como por exemplo: "Como é que enriqueceu na indústria dos pareceres?" e "Que favores recebeu do Grupo Solverde, dono do casino mesmo ao lado da sua casa?".
A publicação está a gerar polémica nas redes sociais, com muitos internautas a criticarem o facto de Pedro Frazão ter "violado" a privacidade da família de Montenegro.
O caso chegou mesmo às televisões. Na SIC Notícias, Miguel Morgado teceu as mesmas críticas, lembrando que o mais provável é que o 'feitiço se vire contra o feiticeiro'.
"Eu desconfio que Pedro Frazão se vai arrepender em breve. A partir do momento que os políticos não percebem que se passam contra os adversários a linha do que é a privacidade do seu adversário não percebem que isso, mais tarde, se vai virar contra eles. Um dia Pedro Frazão vai-se arrepender de ter violado a privacidade da família de Luís Montenegro quando violarem a dele", salientou.
Comentário sobre a triste figura que fez Frazão a frente da casa de Montenegro by MM pic.twitter.com/6EULFm9KjH
— Ric (@RRcampo1) April 15, 2025
Recorde-se que, segundo o jornal Expresso, Luís Montenegro não terá entregado à Justiça as faturas relativas à obra da sua casa em Espinho, apesar de ter prometido a fazê-lo em dezembro de 2023.
O primeiro-ministro foi investigado por pareceres que beneficiam a empresa que forneceu betão para a sua residência.
Em dezembro de 2024, o Ministério Público anunciou o arquivamento do processo. Em despacho, o Departamento de Investigação e Ação Penal Regional do Porto declarou que a investigação concluiu que a reabilitação da casa do chefe de Governo não violou a lei.
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