"A prioridade é, de facto, a manutenção da estabilidade", sublinhou a social-democrata, eleita presidente da Assembleia Legislativa da Madeira na quinta-feira, apontando que é isso que a população exige para os próximos quatro anos.
"E, obviamente, que é isso que irei primar, com a total imparcialidade e neutralidade, mantendo uma relação com todas as instituições e cooperando com todas as instituições", acrescentou.
Rubina Leal, a primeira mulher a assumir o cargo desde a instituição do regime autonómico, em 1976, falava ao jornalistas no Palácio de São Lourenço, no Funchal, após uma audiência com o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, para apresentação de cumprimentos.
A recém-eleita presidente do parlamento insular salientou também que "é importante reativar alguns dossiês que estão pendentes e são, de facto, verdadeiros instrumentos para o desenvolvimento económico, social, político e cultural" do arquipélago, como a revisão da Lei das Finanças Regionais, mas sem entrar em detalhes.
"É um dos assuntos que serão reativados e que a seu tempo serão discutidos e apresentados", disse apenas, sem adiantar se foi uma das matérias abordadas na audiência com o juiz conselheiro, que durou mais de uma hora.
Rubina Leal indicou que a sua relação com Ireneu Barreto "extravasa as relações institucionais", pelo que não quis partilhar todos os assuntos do encontro, realçando, no entanto, que dizem respeito sobretudo às questões de "cooperação e relações institucionais futuras".
A presidente do parlamento madeirense reconheceu ainda que "há sempre coisas a afinar" entre o relacionamento entre as instituições, nomeadamente entre a Assembleia Legislativa Regional e o representante da República, que contribuirão para o "sucesso do mandato".
Indicada pelo PSD, Rubina Leal foi eleita com 39 votos a favor e oito brancos, num universo de 47 deputados que compõem o hemiciclo madeirense, em eleição com voto secreto depositado em urna, no decurso da primeira reunião plenária da XV Legislatura, que decorre das eleições regionais antecipadas de 23 de março.
O PSD venceu o sufrágio com a eleição de 23 deputados, falhando por um a maioria absoluta, e assinou um acordo de incidência parlamentar e governativa com o CDS-PP, que obteve um assento na Assembleia Legislativa.
O acordo assegura a maioria absoluta no parlamento da região, onde estão representados também o JPP, com 11 deputados, passando a ocupar o lugar de líder da oposição, o PS com oito, o Chega com três e a IL com um.
A deputada social-democrata substitui o democrata-cristão José Manuel Rodrigues, que ocupava o cargo de presidente do parlamento regional desde 2019, na sequência de acordos entre o CDS-PP e o PSD, partido que governa a região desde 1976.
Na terça-feira, o Governo Regional, novamente liderado por Miguel Albuquerque, toma posse na Assembleia Legislativa da Madeira, às 16:00.
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