O porta-voz da candidatura do Partido Socialista às Legislativas de 2025, Marcos Perestrello, acusou Luís Montenegro de instabilidade política e de ter "herdado" do governo socialista os "trunfos eleitorais que reclama".
"Há um ano, Luís Montenegro fez uma campanha eleitoral em torno dos conflitos de interesse [...], toda essa conversa desapareceu. Luís Montenegro tratou da ética, dos conflitos de interesse com tanta transparência que, este ano, o assunto ficou invisível no programa do Governo da AD. Certamente, não foi por acaso ou desatenção", disse durante uma conferência de imprensa na sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa.
E acrescentou: "A única estabilidade real é aquela que assenta na verdade, na experiência e na visão para o país e a única promessa segura que Luís Montenegro nos pode fazer é a da instabilidade e da paragem do país porque o Governo herdou um país com contas certas, com a dívida a cair, com a economia e as exportações a crescer e com o emprego a aumentar".
O socialista questionou ainda: "E o que fez Luís Montenegro com esse legado? Gastou o excedente herdado, degradou o saldo orçamental, cortou as fitas das obras lançadas pelos governos socialistas e agravou os problemas".
"Os trunfos eleitorais que Luís Montenegro reclama, a solidez económica e a estabilidade financeira, são herança direta do governo socialista", sublinhou.
Marcos Perestrello acusou ainda o primeiro-ministro de "mascarar" os problemas na saúde, educação e habitação com "truques", notando que "esses problemas se agravaram".
"Prometeram que em 2025 não haveria nenhum utente sem médico de família, mas há mais de 55 mil pessoas sem médico de família do que há um ano. Na habitação, a renda e os preços das casas aumentaram para preços recorde".
Já sobre a Educação, referiu que, "depois da promessa e propaganda sobre a redução do número de alunos sem professor, o ministro da Educação teve de reconhecer que os números eram falsos" e que, a poucos meses do final do ano letivo, "o Governo usou o truque de esconder a realidade e ninguém sabe quantos alunos há sem professor".
"No IRS, primeiro com uma promessa da descida de impostos que já estava aprovada pelo governo do PS e, depois, com a alteração da tabelas da retenção do IRS, Luís Montenegro quis, mais uma vez, enganar os portugueses com truques, criando a ilusão de que tinha feito uma nova descida do IRS, mas agora as famílias estão a pagar, quando antes recebiam reembolsos do IRS", disse.
E alertou: "Os truques, repito, são como mentiras. Têm perna curta".
"Não há truques ou mentiras que escondam que Luís Montenegro não melhorou o que estava mal e piorou o que estava bem", acusou.
Para o dirigente do PS, o primeiro-ministro "vem agora queixar-se da instabilidade política e diz que o país não pode parar".
"Mas essa é precisamente a grande obra de Luís Montenegro, a instabilidade política, e é precisamente a instabilidade política que está a parar o país. Essa é a verdadeira montenegrização do país de que falou ontem Luís Montenegro", contrapôs, numa referência a uma expressão usada na véspera do primeiro-ministro.
Para Marcos Perestrello, "a montenegrização do país é a paralisação provocada pela instabilidade política, causada pelos truques, pelas mentiras, pelas meias verdades, pelas manipulações, pela falta de transparência".
[Notícia atualizada às 19h06]
Leia Também: Spinumviva. PS pede documentos e apela a PM: "Pare com orelhas moucas"