Da "montenegrização" da política à "falha ao liberalismo": O debate AD-IL

O presidente da IL acusou hoje Luís Montenegro de irresponsabilidade por ter apresentado uma moção de confiança que conduziu a eleições, e o líder social-democrata considerou que Rui Rocha falhou ao liberalismo quando votou contra o Orçamento.

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© Pedro Pina - RTP

Lusa
14/04/2025 22:41 ‧ ontem por Lusa

Política

Legislativas

Estas críticas foram trocadas no frente a frente televisivo entre o líder da Iniciativa Liberal (IL) e o presidente do PSD, na RTP, debate em que estiveram em divergência sobretudo ao nível do grau de profundidade das políticas fiscais, em matéria de reforma da administração pública e em relação à gestão do sistema de saúde.

 

Logo na abertura do debate, Rui Rocha procurou apresentar a IL como um fator de estabilidade, culpando em contraponto Luís Montenegro pela atual crise política na sequência do caso da empresa familiar Spinumviva.

Numa alusão às eleições antecipadas marcadas para 18 de maio, o presidente da IL declarou: "Se estamos aqui, é porque Luís Montenegro geriu com irresponsabilidade toda a situação que nos levou até este dia. Geriu com irresponsabilidade quando deixou que esta situação se avolumasse, quando não atalhou no princípio".

Rui Rocha, que votou a favor da moção de confiança apresentada pelo Governo, disse no entanto que discordou da sua apresentação no parlamento, porque o executivo de Luís Montenegro "se colocou nas mãos de dois partidos irresponsáveis, o PS e o Chega -- e o Governo também teve a sua quota de irresponsabilidade".

Por sua vez, Luís Montenegro apelou ao "voto útil" na AD - coligação PSD/CDS "contra o regresso do socialismo" e passou ao contra-ataque quando acusou o partido de Rui Rocha de propor "uma aventura fiscal", e apontou que a Iniciativa Liberal "falhou ao liberalismo" ao votar contra o Orçamento do Estado para 2024, que "baixou os impostos".

Neste debate, o primeiro-ministro não falou sobre a opção de ter apresentado uma moção de confiança e, relativamente à forma como geriu os pedidos de esclarecimentos relacionados com a Spinumviva, o presidente do PSD admitiu, do ponto de vista teórico, que "fazer algo de forma diferente qualquer um poderá sempre fazer".

"O que posso dizer é que não há nada que se me aponte em nenhuma decisão política tomada que tenha sido inquinada por qualquer interesse privado. E também não há nenhuma ação que tenha tomado na minha vida profissional e privada que tenha sido inquinada por qualquer atuação na esfera pública", respondeu.

Luís Montenegro reafirmou também que, enquanto primeiro-ministro, esteve sempre em exclusividade: "Estive, não há dúvida nenhuma, em exclusividade absoluta".

Ao longo do debate, o primeiro-ministro tentou sobretudo expor os resultados do país em áreas como as finanças públicas, administração pública e saúde - setor que considerou estar melhor do que no ano passado. Falou até numa certa "montenegrização do pensamento político dos partidos da oposição", referindo como exemplos os temas da segurança, imigração, economia, política fiscal e carreiras da administração pública.

Ainda na área da saúde, o moderador do debate, o jornalista Hugo Gilberto, perguntou a Luís Montenegro se conta manter Ana Paula Martins como ministra na próxima legislatura, se voltar a formar Governo. O líder do executivo classificou Ana Paula Martins como um quadro "qualificadíssimo".

"Em princípio, será eleita deputada. A partir daí, quando tivermos de formar Governo, tomaremos as nossas opções", disse.

Em relação aos 11 meses de Governo da AD, o presidente da IL caracterizou como "ligeira" a descida de impostos no último ano e demarcou-se das políticas do executivo na saúde (pelo peso do Estado) e da "falta de reformas na administração pública".

No final do debate, quando questionado pelo moderador sobre condições para um entendimento com a AD, Rui Rocha colocou as questões "da dignidade no exercício de funções" e perguntou "se está neste momento a AD e Luís Montenegro em condições de garantir essa estabilidade".

Luís Montenegro respondeu com um "sim" claro.

"É a forma de evitar um governo socialista em Portugal", completou.

Rui Rocha, no entanto, manifestou dúvidas.

"Se a AD estiver no poder, houver mais questões e houver um ataque de algum lado, vamos outra vez para uma moção de confiança?", perguntou

Leia Também: AO MINUTO: Nova noite de debates; Após AD e IL, seguem-se Livre e BE

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