"Em termos agregados, consideramos que a perspetiva de crédito para o setor automóvel em 2025 é estável, já que a maioria dos fabricantes conseguiu aumentar as margens nos seus 'ratings'. No entanto, esperamos que os negócios continuem desafiadores em relação à transição (de curto prazo) da indústria para os veículos elétrico, com a potencial imposição de tarifas nos principais mercados regionais a representar uma incerteza adicional", refere a agência de notação financeira num comentário divulgado hoje.
Assim, segundo a DBRS, a perspetiva de 'rating' de crédito para o setor automóvel é "geralmente estável", mas "a exposição geográfica desfavorável pode afetar" alguns fabricantes.
"As condições do setor automóvel no mercado-chave dos Estados Unidos parecem modestamente favoráveis em termos agregados, embora as potenciais tarifas aumentem a incerteza", concretiza.
Já na Europa, as condições da indústria "estão sob pressão devido à incerteza geopolítica, aos preços elevados e às preocupações com a disponibilidade", pelo que a transição para os veículos elétricos "continuará a ser um desafio em 2025".
Quanto à China, a agência de notação prevê "um crescimento moderado" do setor, embora note que os fabricantes tradicionais estão "cada vez mais fora do mercado".
Globalmente, a Morningstar DBRS antecipa que as vendas de veículos elétricos "aumentarão significativamente, sobretudo refletindo o forte crescimento na China".
Citado no comentário, o vice-presidente sénior da European Corporate Ratings afirma que "os perfis financeiros da maioria dos fabricantes do setor automóvel avaliados são bastante resistentes a qualquer abrandamento dos lucros que possa ocorrer em 2025, reafirmando assim a perspetiva de crédito estável para o setor".
"Ainda assim, consideramos que certos fabricantes com elevada exposição à China e à Europa podem ter lucros/fluxos de caixa marcadamente mais fracos em comparação com os dos últimos anos, o que, conjugado com os fortes investimentos em curso e com os custos de desenvolvimento de produtos associados à eletrificação progressiva da indústria, pode ter implicações negativas na classificação de crédito dessas empresas", acrescenta Robert Streda.
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