"O ano de 2024 foi o melhor de sempre da mobilidade eléctrica em Portugal e, além disso, a Mobi.E conseguiu cumprir todas as metas estabelecidas quer no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), quer no AFIR", regulamento europeu relativo à criação de uma infraestrutura para combustíveis alternativos, apontou o responsável.
Ao longo do ano passado, foram realizados 6,1 milhões de carregamentos, o que traduz uma subida de 65%. Só em dezembro foram contabilizados, pela primeira vez, mais de 600 mil carregamentos. O anterior recorde tinha sido batido em agosto com cerca de 584 mil.
Este crescimento é explicado pela "franca expansão da mobilidade elétrica [...] tendo-se registado um aumento significativo do parque elétrico automóvel. Só no mês de dezembro [de 2024], em cada quatro veículos novos vendidos um foi elétrico", detalhou Luís Barroso.
Como o presidente da Mobi.E destaca, "Portugal, em termos de número de registo de veículos eletrificados, ultrapassou as quotas de registos de países como a Alemanha e França, que são produtores de veículos, ou de Espanha, Itália e mesmo o Reino Unido", um cenário que espelha "a vitalidade do mercado nacional".
No final de dezembro, a rede disponibiliza mais de 5.700 postos de carregamento de acesso público, o que equivale a mais de 10.700 pontos de carregamento, representando um crescimento anual superior a 36%.
O aumento da infraestrutura visou responder, em parte, aos objetivos impostos pelo AFIR para a expansão do número de postos, bem como da potência instalada.
Apesar de não detalhar valores, Luís Barroso garante que a Mobi.E tem "as contas equilibradas". "São lucros reduzidos, como é óbvio, porque o nosso objetivo não é gerar lucro, mas sim manter a estrutura de custos equilibrada", sublinhou.
Para tal, a empresa está a apostar na internacionalização, nomeadamente em Espanha e na América Latina. Na Colômbia espera fechar o segundo contrato com uma empresa privada em breve e vai trabalhar com o Governo colombiano. Mas o Brasil, Chile e México também estão no mapa para futuras apostas.
Segundo o presidente da Mobi.E, as tarifas fixadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) cobrem o custo da atividade da infraestrutura. "Não temos qualquer lucro" por esta via, assegurou. No dia 01 de janeiro deste ano, as tarifas aplicadas aos comercializadores de eletricidade para mobilidade elétrica e aos operadores de pontos de carregamento desceram 37,1%.
Como a Mobi.E acaba por ter "outros tipos de custos, nomeadamente os apoios que damos às autarquias, temos receitas próprias que procuramos obtê-las por outras vias", detalhou o gestor, dando como exemplo o pagamento de rendas de concessões no âmbito de programas governamentais para a instalação de postos. Uma estratégia que está a ser implementada fora de portas.
Além da diversificação das receitas, outro dos desafios para a gestora da rede de mobilidade elétrica passa por cumprir o objetivo do PRR de disponibilizar 15.000 pontos de carregamento na rede pública até ao final de 2025.
Uma meta que Luís Barroso diz ser "extremamente ambiciosa", uma vez que representa "quase 50% da rede atual". Mas mostra-se confiante no cumprimento deste objetivo e na "crescente expansão" do mercado sustentado pelo anúncio das marcas de automóveis em disponibilizarem, cada vez mais veículos elétricos a preços cada vez mais baixos".
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