Meteorologia

  • 16 NOVEMBER 2024
Tempo
15º
MIN 14º MÁX 21º
Lar Eficiência energética Rede Europeia defende "apoio direto"...

Rede Europeia defende "apoio direto" para combater pobreza energética

Hélder Ferreira, diretor na Rede Europeia Anti-Pobreza, defendeu esta terça-feira a necessidade de "um apoio direto personalizado" às famílias de baixo rendimento, através de "tarifas sociais reduzidas" ou "subsídios específicos de aquecimento da habitação", para combater a pobreza energética.

Rede Europeia defende "apoio direto" para combater pobreza energética
Notícias ao Minuto

14:30 - 21/04/21 por Lusa

Casa Eficiência energética

Intervindo numa sessão virtual intitulada "Combater a pobreza energética para reduzir as desigualdades", Hélder Ferreira afirmou que "o acesso à energia para que todos possam aquecer ou abastecer as suas casa num padrão aceitável e a um custo acessível deve ser garantido como um direito humano e social", tendo em conta que a energia é "um bem público".

O diretor da EAPN (na sigla em inglês) apontou, nesse sentido, a necessidade de um "apoio direto personalizado para famílias de baixo rendimento", através de "tarifas sociais reduzidas", "subsídios mensais específicos de aquecimento da habitação" ou "complementos para benefícios de assistência social".

A prevenção e a redução da pobreza energética implica também "uma proibição para desconexões [de energia] e/ou o fornecimento de uma quantidade mínima de energia para todos", através de "introdução de legislação concreta na União Europeia" (UE), acrescentou.

O responsável considerou que "o investimento que beneficia as pessoas mais pobres, bem como as regiões mais pobres, deve ser priorizado", defendendo um investimento em "habitação social eficiente e acessível".

Destacando o "apoio ao investimento em grande escala da UE na renovação e construção de habitações sociais a preços acessíveis e com eficiência energética, bem como em projetos de habitação comunitária", o responsável considerou contudo "essencial" a regulamentação do mercado imobiliário para conseguir rendas acessíveis e combater a pobreza energética.

Ao assegurar a "eficiência energética", esse investimento garantirá que "os custos não são repercutidos em termos de rendas ou contas mais elevadas", devendo as "condicionalidades sobre os fundos" garantir "que a especulação seja proibida".

O responsável propôs, por outro lado, uma "garantia para o direito à energia limpa a preços acessíveis", o "tratamento dos serviços energéticos como bens públicos e o apoio à provisão pública direta, avaliando o impacto da privatização da energia nos preços e serviços" e o "fim da eliminação dos preços regulados no setor da energia para as famílias".

Estas medidas deverão "incentivar a criação de energia alternativa pela comunidade, garantindo que o retorno seja socialmente reinvestido na comunidade e em serviços locais que possam beneficiar os pobres", disse.

Hélder Ferreira sublinhou ainda a importância de incluir as pessoas que enfrentam a pobreza energética e as suas organizações não governamentais (ONG) como "atores-chave" no combate a este tipo de pobreza, nas estratégias inclusivas de renovação e eficiência energética e na regulamentação dos serviços de energia.

Sem um envolvimento "de forma significativa", baseado num diálogo estruturado, as políticas ambientais "atuam frequentemente contra essas populações", justificou.

A participação em projetos ecossociais deve também "ser incentivada" ao nível local, envolvendo as pessoas que enfrentam a pobreza energética em "iniciativas socialmente sustentáveis" de " economia social e circular", como a reciclagem de empreendimentos sociais, hortas comunitárias e espaços naturais", "a educação nas escolas e educação de adultos".

Hélder Ferreira participou esta terça-feira numa conferência virtual intitulada "Pobreza energética na encruzilhada do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e do Pacto Ecológico Europeu", organizada pelo Comité Social e Económico Europeu (CESE).

O Pilar Europeu dos Direitos Sociais vai estar no centro da Cimeira Social que a presidência portuguesa do Conselho da UE realiza a 07 e 08 de maio, no Porto.

Leia Também: Dia da Terra. Hisense oferece produtos preocupados com o ambiente

Campo obrigatório