Miguel Sousa Tavares analisou, no seu habitual espaço de comentário no Jornal Nacional de quinta-feira, na CNN Portugal, a auditoria forense ao FC Porto, pedida pelo novo presidente André Villas-Boas.
Para o comentador, que é adepto deste clube, os resultados da investigação não são surpreendentes. "Há muito tempo que eu tinha percebido que o FC Porto era um clube de amigos, que geriam aquilo como um clube de amigos. Fiquei surpreendido porque estava à espera de muito pior. Não é por acaso que quando Villas-Boas chegou lá havia 7 mil euros em caixa", recordou, acrescentando que, com o novo presidente, "o FC Porto teve o seu 25 de Abril".
"Confio que daqui para a frente as regras de transparência que estão a ser estabelecidas por André Villas-Boas vigorem mesmo, para que nunca mais isto aconteça. Agora, não sei como é que as pessoas vão conseguir, por um lado, perceberem a realidade do que se passou e, por outro, continuarem a venerar o Pinto da Costa", salientou.
Lembra Sousa Tavares que "os sócios fazem sacrifícios para pagar quotas, fazem sacrifícios para ir aos jogos, fazem sacrifícios para seguir a equipa". "Se no fim, percebemos que ali no meio está um punhado de sócios que tomou conta do clube e fez daquilo um caso de enriquecimento privado com os dinheiros do clube, isto não tem perdão, não tem desculpa", atirou.
Recorde-se que a auditoria ao FC Porto revelou que o clube perdeu 50 milhões de euros (ME) em comissões acima dos referenciais da FIFA ou dos padrões de mercado associadas a transferências de futebolistas na última década, assim como em irregularidades na venda de bilhetes aos Super Dragões, uma das claques, e às casas do clube, estimando perdas de 5,1 ME em 2017/18, 2018/19, 2021/22, 2022/23 e 2023/24.
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