Arrendamento à prova de crise? Só com "assistência profissional"

É preciso uma alteração de mentalidade e uma complementaridade entre os profissionais do setor e a colaboração entre o público e privado. Miguel Kreiseler, managing director da MVGM Portugal, explica que “para tornar o arrendamento num verdadeiro investimento à prova de crise, a assistência profissional torna-se essencial”.

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Ana Rita Soares
10/05/2021 10:55 ‧ 10/05/2021 por Ana Rita Soares

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Arrendamento

A pandemia deu impulso a que uma série de transformações tivesse lugar. E o setor imobiliário não se acanhou em seguir a tendência. A alteração a que mais se assistiu neste setor recai no mercado de arrendamento, sendo que "é contra-cíclico e assume-se como uma possibilidade muito interessante para os vários perfis de investidores", de acordo com Miguel Kreiseler, Managing Director da MVGM Portugal.

Ainda assim, aceitar que esta é a resposta para um "verdadeiro investimento à prova de crise" implica também "uma alteração de mentalidade."

E o caminho para esta transformação, na visão da MVGM, passa por uma complementaridade entre a gestão profissional dos imóveis e a colaboração entre público e privado.

Em entrevista ao Casa ao Minuto, o Managing Director da MVGM Portugal, Miguel Kreiseler, afirma que "o foco deve colocar-se no valor (das habitações) que é possível gerar, quer para os proprietários, quer para as famílias".

Nesse sentido, está em agenda uma alteração "do setor residencial para que este proporcione, por um lado, investimentos sustentáveis e com um retorno adequado; e, por outro, um parque habitacional que permita devolver as cidades às pessoas."

Segundo Miguel Kreiseler, para os investidores institucionais e de maior dimensão, a hipótese de construir para arrendar é uma opção cada vez mais aliciante e é previsível que, no prazo de um a dois anos, comecem a surgir no mercado empreendimentos novos, pensados e construídos especificamente para o mercado de arrendamento.

Na MVGM, revela o responsável, "verificamos que há cada vez mais promotores interessados em investir em Portugal e no mercado de arrendamento, e há já promotores e investidores a atuar no mercado português que têm em vista projetos Build to Rent / Multifamily, ou seja, construir com intenção de arrendar a longo prazo."

"Este é o momento para promover o desenvolvimento de um mercado onde existam mais casas para arrendar com melhores condições de habitabilidade e contratos de arrendamento mais equilibrados, pois acreditamos que o arrendamento de longa duração pode ter um papel fundamental no mercado residencial," indica o Managing Director da MVGM Portugal.

Em termos de vantagens, a MVGM crê também que esta modalidade poderá ajudar a dinamizar e expandir a oferta em zonas cruciais das cidades portuguesas, tornando-as mais equilibradas e dinâmicas.

Miguel Kreiseler salvaguarda ainda que, "como em qualquer outro setor, desde a contabilidade à saúde, poder contar com o apoio de uma gestão profissional é uma forma de salvaguardar todo o processo e garantir os melhores resultados. O mesmo se aplica ao ramo imobiliário, em particular ao mercado residencial, onde estamos habituados a lidar com investidores que querem garantir que o seu investimento é bem-sucedido e está bem direcionado."

De acordo com o managing director da MVGM Portugal, "o mercado está num ponto de viragem muito focado para o arrendamento, o que reforça diretamente o papel de gestor imobiliário profissional."

"Investir num imóvel para venda ou para aluguer com a assistência profissional pode ajudar a tornar o investimento mais resiliente, pois os especialistas podem assegurar que é possível responder de forma adequada, e estratégica, aos desafios que vão surgindo e são cada vez mais imprevisíveis", salienta.

"Por exemplo, devido ao contexto pandémico, sabemos que o alojamento local enfrenta uma quebra de faturação superior a 75% no segundo trimestre de 2020, o que nos comprova a diferença entre a rentabilidade aparente e a rentabilidade efetiva, para os investidores que estão na dúvida sobre qual o próximo passo", faz sobressair.

"O principal problema com estes negócios a médio prazo é que os serviços públicos como custos de água, eletricidade, limpeza, internet e outros, estão incluídos, por isso é necessário pensar se o seu resultado será tão rentável como previsto inicialmente", pelo que "ter um gestor profissional é ter alguém de confiança, que pode orientar e aconselhar a cada momento".

Por fim, questionado sobre se acredita que o arrendamento continua a ser um negócio rentável para 2021, Miguel Kreiseler responde que "os dados do relatório internacional da MVGM sobre impacto da COVID-19 no mercado imobiliário europeu, divulgado em fevereiro, revelavam já a forte resiliência do mercado residencial português e um crescimento do arrendamento, com grande pressão sobre as rendas."

"Em relação às duas grandes cidades metropolitanas, Lisboa e Porto, cerca de 15% das casas migraram para o mercado de arrendamento tradicional e, a nível nacional, registou-se um aumento de 67% no mercado residencial, o que representa aproximadamente 43.000 casas disponíveis para arrendar", enfatiza o responsável, acrescentando que,  "de acordo com vários estudos sobre bens imobiliários em Portugal, a construção de edifícios residenciais para promessas de arrendamento está a tornar-se uma classe de bens emergentes."

"Atualmente, e prevê-se que assim se continue a desenvolver, a tendência é a construção para arrendar (Build to Rent). O mesmo acontece no setor do turismo, em particular no alojamento local, que veio reforçar a necessidade de apostar em imóveis que consigam rentabilizar a longo prazo", remata Miguel Kreiseler.

 

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