No dia 29 de maio, Dia Nacional da Energia, a Associação Sistema Terrestre Sustentável, ZERO, deixou cinco alertas de combate à pobreza energética. Um deles está inserido no setor doméstico, sendo que, para a associação, é necessário a adaptação ao uso de fontes renováveis em casa, com a eliminação gradual da venda de esquentadores e caldeiras a combustíveis fósseis até 2025.
Estes alertas, relativos a temáticas que estão na ordem do dia das políticas nacionais, europeias e mundial na área da energia e clima, explicam que os objetivos não devem ser definidos pelo montante a gastar, nem pela implementação da medida em si, mas sim associados às metas a atingir e ao impacto na mitigação de pobreza energética.
"A necessidade de eliminação gradual da venda de esquentadores e caldeiras a combustíveis fósseis até 2025", afirma a ZERO. Caso esta situação permaneça, "a Europa terá uma maior dificuldade em atingir a neutralidade climática em 2050."
Para a Associação Sistema Terrestre Sustentável, a proibição de venda destes novos aparelhos a combustíveis fósseis é a única forma de garantir a descarbonização das casas e dos edifícios públicos e "o governo português deve claramente apontar para uma retirada progressiva destes equipamentos do mercado ao longo dos próximos cinco anos."
Em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, a ZERO refere que: "quando olhamos para os milhares de milhões de euros que a UE prometeu investir na renovação de edifícios, a eliminação progressiva do gás e do gasóleo dos nossos sistemas de aquecimento destaca-se verdadeiramente como uma peça essencial."
Nesse sentido, os governos devem dar um impulso decisivo às soluções de aquecimento limpas e eficientes, já existentes, como as bombas de calor e energia solar térmica.
Saliente-se que a ZERO, em cooperação com outras organizações, alertou para um conjunto de aspetos relevantes entre os quais a necessidade de reformulação da definição de Pobreza Energética, que deve incluir outras dimensões que não apenas os rendimentos, desempenho energético das habitações e custo da energia, que reconheça a renovação da envolvente passiva dos edifícios como prioritária e que não negligencie problemas de subconsumo, consequência de situações de pobreza energética escondida, lê-se no mesmo comunicado.
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