Depois de o setor da construção ter demonstrado resiliência face á pandemia com um crescimento do 1,8% do volume de negócios, em 2020, prevê-se que este ano as estimativas serão mais favoráveis. De acordo com o estudo 'Evolução dos Negócios no Comércio de Materiais de Construção', elaborado pelo economista Manuel Carlos Nogueira, para a Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC), estima-se um crescimento do volume de negócios da construção e um aumento do total do volume de negócios do comércio e distribuição dos materiais de construção para 2021.
Segundo o mesmo estudo, enviado ao Notícias ao Minuto, a APCMC prevê um crescimento de 3% do volume de negócios da construção, ainda para este ano. Ainda assim, as previsões apontam também para um pequeno decréscimo da intensidade de crescimento em 2022, para 2,9%, e um aumento novamente, em 2023, para os 3,1%, lê-se no documento.
“A resistência destas atividades à pandemia demonstrou ser maior que o esperado. Na verdade, nem a construção, nem o comércio de materiais de construção pararam e o próprio confinamento, a que muitos portugueses foram obrigados, terá sido mesmo aproveitado para fazer pequenas obras em casa", começa por revelar José de Matos, secretário-geral da APCMC.
"Com o setor imobiliário a demonstrar uma grande resiliência, a que não é estranha a situação das taxas de juro baixas, sobretudo, e nos tempos mais recentes, no domínio da construção de habitações, a maior limitação ao crescimento está a ser a falta de mão de obra”, acrescenta. Mais ainda, "o PRR, entretanto aprovado, também contribuirá para a sustentabilidade do crescimento da construção nos próximos anos, sobretudo no subsector da engenharia civil”, sustenta o responsável.
Segundo a APCMC, em termos de construção habitacional nova, que em 2020 registou um crescimento de 2,1%, estima-se que esta situação continue a acontecer este ano (2,5%) e nos próximos dois anos, com 3,1% e 3,2%, pela mesma ordem.
Em relação à construção habitacional - reabilitação, a expetativa aponta para o crescimento, nos próximos dois anos, de 2,8 e 3%, respetivamente. Em 2020, o crescimento foi de 2% e a previsão para este ano é de 2,3%, revela o mesmo comunicado.
De acordo com a APCMC, no que se refere à construção não habitacional nova, estão previstos crescimentos entre os 2,6%, 1,8% e os 2,1% em relação aos três anos em análise. Enquanto na componente de construção não habitacional - reabilitação, os crescimentos previstos são ainda mais expressivos, sobretudo para este ano, de 4,5%. Nos próximos dois anos espera-se um menor crescimento de 2,6% e 2,8%, respetivamente.
Faz ainda notar o mesmo estudo que o segmento da construção não habitacional nova e reabilitada, mais dependente do nível de atividade económica, apresentou, em 2020, um crescimento mais reduzido, de 0,2% e 0,1%, respetivamente. Por sua vez, o segmento da engenharia civil nova e de reabilitação poderá crescer este ano significativamente, cerca de 3,7% e 3,9%, pela mesma ordem, pode-se ler na mesma nota.
Segundo a associação, nos próximos dois anos os crescimentos esperados superam as estimativas feitas no final de 2020. Assim, para 2022 e 2023, a engenharia civil nova espera um crescimentos de 3,8% e 3,9%, enquanto que na reabilitação se perspetiva um crescimento de 3,5% e 3,4%, respetivamente.
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