Pela primeira vez, pelo menos desde 2001, os preços das casas aumentaram mais do que a inflação em todos os países da UE, em 2020. De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat, as maiores diferenças entre as variações anuais dos preços das casas e a taxa de inflação anual foram registadas no Luxemburgo (+13,3%), na Croácia e em Portugal (+7,4% cada) e na Eslováquia (+7,2%).
Entre os Estados-Membros para os quais existem dados disponíveis, os maiores aumentos anuais dos preços das casas no primeiro trimestre de 2021 foram registados no Luxemburgo (+17,0%), Dinamarca (+15,3%), Lituânia (+12,0%), Checa (+11,9%) e Holanda (+11,3%). Já em sentido contrário, os preços caíram apenas em Chipre (-5,8%).
Face ao trimestre anterior, os maiores aumentos registaram-se na Estónia (+6,6%), na Dinamarca (+5,8%) e na Lituânia (+5%), enquanto nos Países Baixos (-5,8%), Malta (-1,6%) e Eslováquia (-1,2%) desceram, lê-se no documento.
Segundo o Eurostat, entre 2010 e 2014, a tendência decrescente (ou taxa de variação anual negativa) reflete o facto de os preços das casas na zona euro ter diminuído ou aumentado menos do que a inflação. Em 2015, os preços das casas começaram a aumentar mais do que a inflação e, desde 2016, os preços das casas aumentaram de 3% para 4,7% mais do que a inflação.
No período de 2010 até ao primeiro trimestre de 2021, as rendas aumentaram 15,3% e os preços das casas em 30,9%. As rendas e os preços das casas na UE continuaram a aumentar no primeiro trimestre de 2021, subindo 0,4% e 2,2%, respetivamente, face ao quarto trimestre de 2020, divulgam os mesmos dados.
Por seu turno, entre 2010 e o segundo trimestre de 2011, os preços das casas e as rendas na UE seguiram caminhos semelhantes. Mas desde o segundo trimestre de 2011, têm seguido caminhos muito diferentes. Enquanto as rendas aumentaram de forma constante ao longo do período até ao primeiro trimestre de 2021, os preços das casas têm oscilado significativamente.
Depois de uma forte queda entre o segundo trimestre de 2011 e o primeiro trimestre de 2013, os preços das casas mantiveram-se mais ou menos estáveis entre 2013 e 2014, informa o Eurostat. Depois, houve uma subida no início de 2015, uma vez que quando os preços das casas aumentaram a um ritmo muito mais rápido do que as rendas.
Em comparação com o primeiro trimestre de 2021 com 2010, os preços das casas aumentaram mais do que as rendas em 17 Estados-membros da UE. Os preços das casas aumentaram em 23 Estados-Membros e diminuíram em quatro, com as maiores subidas na Estónia (+126,8 %) e no Luxemburgo (+108,2 %). Verificou-se decréscimos na Grécia (-28,1 %), Itália (-14,4 %), Chipre (-8,9 %) e Espanha (-4,8 %).
Para as rendas, o padrão era diferente. Comparando o primeiro trimestre de 2021 com 2010, os valores aumentaram em 25 Estados-Membros da UE e diminuíram em dois, com as maiores subidas na Estónia (+140,4 %), Lituânia (+108,6 %) e Irlanda (+63,3 %). Registaram-se decréscimos na Grécia (-25,2 %) e em Chipre (-3,8 %).
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