No dia 1 de outubro deixará de ser recomendado o trabalho a partir de casa, pelo que deverá esperar-se que a maioria das empresas chame os seus colaboradores de volta aos escritórios. E mais de metade das empresas portuguesas quer manter espaços físicos. Contudo, no debate sobre a preferência entre escritórios e teletrabalho, existe uma terceira via que está a ganhar cada vez mais ímpeto, os espaços de trabalho flexíveis.
"A razão de retornar ao escritório continua a ser a mesma de sempre, o de reunir pessoas em torno de um objetivo comum, em que a colaboração, o talento e o bem-estar devem estar no centro da estratégia empresarial", afirma Leonor Botelho, Associate Architect da Savills Portugal.
Estas conclusões surgem de um estudo lançado em 2020 pela consultora imobiliária internacional Savills. O Savills Office Fit ajuda proprietários e ocupantes no mercado EMEA a adaptarem e melhorarem os seus espaços de escritórios. Passado um ano, a mediadora analisou o que mudou em relação aos novos espaços de trabalho e enviou os resultados ao Notícias ao Minuto.
De acordo com os mesmos dados, em Portugal, cerca de 87% dos inquiridos considera que é necessária a manutenção do espaço físico de escritório da empresa para o bom funcionamento da organização. Ainda assim, o fortalecimento do conceito de espaços de trabalho flexíveis, como cafés, hotéis, centros de negócios e bibliotecas públicas tem ganhado maior relevância. À medida que as empresas reconhecem alguns dos benefícios no trabalho a partir de casa, a procura por espaços de trabalho flexíveis torna-se cada vez maior.
Os dados do estudo da consultora demonstram ainda que os espaços alternativos de trabalho estão a receber mais interesse por parte dos ocupantes, constituindo uma opção válida para a estratégia global da empresa.
O tempo de deslocação entre a casa e o escritório tem também um peso considerável na experiência de trabalho, sendo importante que os escritórios estejam fixados em localizações com uma forte oferta de transportes públicos, bem como uma rede de serviços e comércio, faz ainda notar a Savills.
À semelhança do que se tem vindo a verificar noutros mercados europeus, a procura por espaços flexíveis no país será uma tendência que irá continuar em crescimento. Ainda assim, em Portugal, apenas 19% dos inquiridos não acederiam a estes 'escritórios-satélite' fora dos centros urbanos, ou a centros de coworking mais perto do local de residência.
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