Evergrande retoma trabalhos em mais de dez projetos imobiliários
Depois de ter conseguido reembolsar o pagamento de juros sob um título emitido em dólares, dias antes de entrar formalmente em incumprimento, o gigante chinês do imobiliário anunciou a retoma de obras em seis cidades chinesas.
© Getty Images
Casa Evergrande
O gigante chinês do imobiliário Evergrande anunciou que reiniciou os trabalhos em mais de dez projetos imobiliários em Shenzhen, Dongguan e outras cidades chinesas, depois de ter conseguido reembolsar o pagamento de juros sob um título emitido em dólares, dias antes de entrar formalmente em incumprimento.
O anúncio foi dado pela Evergrande numa publicação na sua conta do WeChat, que revelou que alguns projetos já entraram em fase de decoração de interiores, enquanto outros edifícios terminaram recentemente a construção, escreve a plataforma Asia Financial, citando a Reuters.
Esta retoma de obras em seis cidades da China serve para garantir a construção e preparar os seus projetos para venda de forma a reforçar a confiança do mercado, segundo revela a empresa imobiliária chinesa. O promotor imobiliário anunciou também ter um plano para dar prioridade ao seu negócio de veículos elétricos sobre o imobiliário.
Segundo a Reuters, a mudança da semana passada para pagar 83,5 milhões de dólares (aproximadamente 71,80 milhões de euros no câmbio atual) em juros de uma obrigação norte-americana, comprou a Evergrande mais uma semana para enfrentar uma crise de dívida que paira sobre a segunda maior economia do mundo.
O chefe da Evergrande, Hui Ka Yan, parece ter reconhecido que o negócio imobiliário na China está prestes a sofrer uma mudança, sob as novas políticas impostas pelo Presidente Xi Jinping, que envolvem a cobrança de um imposto sobre a propriedade. Deste modo, a empresa intenciona maximizar os seus rendimentos à medida que a sua lista de dívidas é devida.
De realçar que as 'aflições' da Evergrande reverteram em todo o setor imobiliário chinês de 5 triliões de dólares (4,30 triliões de euros), com uma série de anúncios de incumprimento, desvalorizações de rating e queda de obrigações corporativas.
Faz ainda notar a Reuters que a sua crise da dívida está a ser observada pelos mercados financeiros globais preocupados com um contágio mais amplo, tanto na China como em toda a região.
Leia Também: Evergrande paga juros em falta de título emitido em dólares