Preços das casas novas na China caem pelo segundo mês consecutivo

Os preços dos imóveis novos na China caíram, em outubro, relativamente ao mês anterior, depois de em setembro terem registado a primeira queda desde meados de 2015, indicaram dados oficiais divulgados hoje.

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Lusa
15/11/2021 07:48 ‧ 15/11/2021 por Lusa

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Com base no índice de preços divulgado pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE), que mede a evolução do custo das casas novas em 70 grandes cidades do país, os preços caíram 0,25%, em relação a setembro.

Em setembro, o mesmo indicador tinha descido 0,08%, em relação a agosto, na primeira queda desde maio de 2015, período em que as construtoras passaram por meses de dificuldades, em parte devido a um excesso de casas, o que obrigou a baixar os preços.

O estatístico do GNE Sheng Guoqing reconheceu uma "ligeira queda" no preço das casas, que foi mais percetível em cidades menores.

Em Pequim e Xangai, o preço das casas aumentou 0,6% e 0,1%, em relação a setembro, respetivamente.

Em termos homólogos, os preços das casas recém-construídas nas 70 cidades analisadas aumentou 2,84%, em relação a outubro de 2020.

A comparação face ao mês anterior visa medir a evolução de curto prazo do mercado imobiliário que, desde setembro, atravessa dificuldades, devido à situação financeira de algumas construtoras chinesas, sobretudo a gigante Evergrande, que acumula um passivo equivalente a 260 mil milhões de euros e esteve, por várias vezes, perto de entrar em incumprimento, nas últimas semanas.

Outras empresas do setor, como a Sinic ou a Modern Land, não cumpriram oficialmente as obrigações financeiras.

Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) alertou para um aumento do "risco de contágio" no setor imobiliário, devido ao impacto destas notícias junto dos potenciais compradores de casas, que parecem optar pela prudência face à atual situação.

Já no início deste mês, um relatório de outra agência de 'rating', a Moody's, apontou que as vendas de imóveis na China vão permanecer fracas, nos próximos seis a 12 meses, devido às restrições no acesso a financiamento para as construtoras mais endividadas.

Quedas adicionais nos preços do imobiliário representam um teste para a campanha lançada por Pequim para reduzir a alavancagem no setor.

As regulações limitaram o acesso ao financiamento bancário pelas imobiliárias com passivos excessivos ou que excedem certos níveis de alavancagem, com falta de liquidez suficiente para fazer frente a dívidas de curto prazo.

Os problemas do setor imobiliário pesaram sobre a economia chinesa no terceiro trimestre, com um crescimento de 4,9%, em termos homólogos, uma das menores taxas das últimas décadas.

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