Com base no índice de preços divulgado pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE), que mede a evolução do custo das casas novas em 70 grandes cidades do país, os preços caíram 0,25%, em relação a setembro.
Em setembro, o mesmo indicador tinha descido 0,08%, em relação a agosto, na primeira queda desde maio de 2015, período em que as construtoras passaram por meses de dificuldades, em parte devido a um excesso de casas, o que obrigou a baixar os preços.
O estatístico do GNE Sheng Guoqing reconheceu uma "ligeira queda" no preço das casas, que foi mais percetível em cidades menores.
Em Pequim e Xangai, o preço das casas aumentou 0,6% e 0,1%, em relação a setembro, respetivamente.
Em termos homólogos, os preços das casas recém-construídas nas 70 cidades analisadas aumentou 2,84%, em relação a outubro de 2020.
A comparação face ao mês anterior visa medir a evolução de curto prazo do mercado imobiliário que, desde setembro, atravessa dificuldades, devido à situação financeira de algumas construtoras chinesas, sobretudo a gigante Evergrande, que acumula um passivo equivalente a 260 mil milhões de euros e esteve, por várias vezes, perto de entrar em incumprimento, nas últimas semanas.
Outras empresas do setor, como a Sinic ou a Modern Land, não cumpriram oficialmente as obrigações financeiras.
Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) alertou para um aumento do "risco de contágio" no setor imobiliário, devido ao impacto destas notícias junto dos potenciais compradores de casas, que parecem optar pela prudência face à atual situação.
Já no início deste mês, um relatório de outra agência de 'rating', a Moody's, apontou que as vendas de imóveis na China vão permanecer fracas, nos próximos seis a 12 meses, devido às restrições no acesso a financiamento para as construtoras mais endividadas.
Quedas adicionais nos preços do imobiliário representam um teste para a campanha lançada por Pequim para reduzir a alavancagem no setor.
As regulações limitaram o acesso ao financiamento bancário pelas imobiliárias com passivos excessivos ou que excedem certos níveis de alavancagem, com falta de liquidez suficiente para fazer frente a dívidas de curto prazo.
Os problemas do setor imobiliário pesaram sobre a economia chinesa no terceiro trimestre, com um crescimento de 4,9%, em termos homólogos, uma das menores taxas das últimas décadas.
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