Os preços da habitação na União Europeia continuaram a subir, apesar da recessão causada pela pandemia, começa por revelar a Comissão Europeia. Uma tendência vista desde 2013, que devido à forte procura e à oferta limitada, a CE considera uma correção nos preços ser "improvável". Além disso, uma possível recessão nos preços teria impacto na estabilidade financeira e atividade económica, acrescenta.
De acordo com a CE, os valores das casas na UE têm vindo a subir desde 2013, e cresceu a um ritmo mais mais acelerado no 2.º trimestre deste ano. Após o reinício do crescimento da economia, os preços das casas têm vindo a aumentar em a maioria dos Estados-Membros. Até ao segundo trimestre de 2021, o valor das habitações na UE foi cerca de 38% acima do registado no mesmo trimestre de 2013. Este valor representa uma subida da taxa média anual de 4%.
Entre os grandes Estados-Membros da UE, os valores da habitação na Alemanha, no segundo trimestre de 2021, foram 62% acima dos valores registados em meados de 2013. Seguem-se a Polónia, a verificar uma subida de 40%, Espanha (37%) e França (18%). Em sentido contrário, ao longo destes oito anos, os preços diminuíram em Itália (7%), e estagnaram na Grécia e Chipre.
Os valores das casas parecem atualmente sobrevalorizados em metade dos países da UE. Contudo, tal como divulgam dados da Comissão Europeia, o caso mais grave é o de Luxemburgo, seguido da Suécia, Áustria, Alemanha e França. Já Portugal é o sexto país da UE onde há a maior sobrevalorização de preços das casas.
Subida do preço das casas excede o rendimento das famílias
Faz ainda sobressair a Comissão Europeia que, também no 2.º trimestre deste ano, o crescimento dos preços das casas excedeu o crescimento rendimento das famílias em 21 Estados-Membros e por mais de 20 p.p. em 11 deputados Estados Unidos. O maior aumento foi observado em Luxemburgo (57%) onde uma família precisa aproximadamente de 14 anos de rendimento para comprar um 100 m2 habitação. Por sua vez, na Irlanda, Áustria, Portugal, Hungria, Alemanha, Holanda e Suécia, o crescimento do preço habitacional desde 2013 excedeu o rendimento do agregado familiar em mais de 30%.
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