A China deve ser capaz de limitar o impacto económico das tensões financeiras causadas pelas empresas imobiliárias. Ainda assim, precisa de intensificar o apoio fiscal à economia em desaceleração, afirmou esta sexta-feira o Fundo Monetário Internacional, em comunicado a que a Bloomberg teve acesso.
O FMI estima que os riscos cresçam cerca de 8% já este ano e subam 5,6% em 2022. Uma previsão que está a ganhar 'peso' face a fatores como a “incerteza sobre a pandemia” e o consumo fraco, lê-se no mesmo documento.
De acordo com a Bloomberg, que avança com a informação, a expansão da China perdeu força nos últimos meses para o ritmo mais lento desde 1990. No entanto, o FMI avalia que o impacto económico no mercado imobiliário, que levou as gigantes imobiliárias, como a Evergrande, perto da recuperação judicial, será limitado.
Segundo o FMI, as autoridades chinesas têm as ferramentas certas para manter a crise sob controlo. Por isso, "não há razão para que esse risco se amplie ou tenha ramificações no nível macro, para a procura de investimento habitacional”, declarou Helge Berger, diretor-assistente do Departamento da Ásia e Pacífico, em entrevista à Bloomberg News.
Os gastos públicos da China caíram este ano, em relação a 2020, o que limitou o crescimento económico, já que as autoridades focam-se em reduzir a dívida de governos locais. Além disso, os principais elementos da política monetária, como taxas de juros, permanecem inalterados desde o ano passado, faz ainda notar a Bloomberg.
Assim, “a política fiscal deve mudar para uma posição neutra, concentrar-se no fortalecimento da proteção social e na promoção de investimentos 'verdes'”, afirmou Geoffrey Okamoto, vice-diretor-gerente do FMI.
Como a inflação ao consumidor em baixa e a economia ainda a mostrar “ociosidade significativa”, “a política monetária deve ser acomodatícia, o que também apoiará o esforço fiscal”, acrescentou.
Leia Também: Vinte cidades chinesas limitam queda dos preços dos imóveis