Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, indicou que só a autarquia alentejana já tem disponíveis oito habitações, que são propriedade da empresa municipal de gestão habitacional Habévora.
São "duas casas para acolhimento coletivo, com cinco quartos cada uma", e as outras "seis" são habitações de "diversas tipologias", adiantou o autarca.
A capacidade de cerca de 50 camas para refugiados ucranianos em Évora abrange ainda "algumas casas" disponibilizadas por privados, acrescentou.
Segundo o presidente do município, a autarquia está também a "trabalhar com a Segurança Social" para que seja disponibilizado "um edifício coletivo", propriedade do Estado, para o acolhimento de refugiados.
A bolsa de habitação da Câmara de Évora visa "encontrar soluções de alojamento" para os refugiados ucranianos que cheguem a Portugal, no âmbito do programa de apoio ao alojamento urgente "Porta de Entrada", explicou o município.
Os proprietários que queiram incluir as suas casas nesta bolsa local de habitação devem manifestar a sua disponibilidade junto do Serviço Municipal de Proteção Civil, através do correio eletrónico smpc.evora@cm-evora.pt.
De acordo com a câmara, neste programa, podem participar alojamentos turísticos e senhorios e estão previstos apoios financeiros para o alojamento, através da concessão aos beneficiários de uma comparticipação destinada a suportar as despesas de arrendamento.
O Alto Comissariado para as Migrações (ACM) faz o levantamento das necessidades de alojamento por concelho e, depois, através do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e das autarquias, serão estabelecidos contratos com os arrendatários.
A Câmara de Évora está também a promover uma ação de solidariedade para com o povo da Ucrânia, com a recolha de bens, como roupa, produtos alimentares, material curativo e outros artigos, nas Piscinas Municipais.
Segundo o município, o ponto de recolha funciona de segunda-feira a domingo, das 08:00 às 21:00.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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