Portugal tinha dois projetos nomeados, na primeira fase de seleção de 40 candidatos, mas ficou fora do grupo dos cinco finalistas de onde saiu o vencedor.
No grupo de cinco finalistas estava a Town House, da Universidade de Kingston, em Londres, um projeto do ateliê Grafton Architects - laureado com o Pritzker 2020, prémio máximo para a arquitetura - para acolher e fomentar atividades educativas e culturais.
Trata-se de um edifício onde é possível qualquer pessoa entrar livremente para ler, dançar, fazer investigação, performance ou exposições.
É a primeira vez que um edifício universitário ganha o prémio de arquitetura, o que "mostra a necessidade de projetos educacionais públicos com a qualidade deste, que dignifique a vida das pessoas por meio da educação e do convívio e dê as mesmas possibilidades educacionais a todos", indicou a organização do galardão.
"O cliente é a Kingston University, recompensada pela sua notável qualidade ambiental que cria uma excelente atmosfera para estudar, dançar, reunir e estar juntos. O edifício cria uma experiência emocional de dentro e através da colunata da fachada de vários níveis que cria uma atmosfera doméstica em diferentes níveis. Acomoda espaços de dança, biblioteca e estudo usando camadas de silêncio e camadas de som que funcionam perfeitamente bem juntas", acrescentou a justificação do júri.
O ateliê Grafton Architects, das irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara, em Dublin, foi distinguido com o prémio de arquitetura Pritzker de 2020, considerado o mais importante galardão do meio.
A organização do prémio Mies van der Rohe distinguiu ainda o projeto de habitação cooperativa La Borda, Barcelona, pela Lacol cooperativa arquitetura, Barcelona, com o Prémio de Arquitetura Emergente 2022.
"Este projeto cooperativo é transgressivo no seu contexto porque, embora a produção habitacional seja predominantemente dominada por interesses macroeconómicos, neste caso, o modelo é baseado na copropriedade e cogestão de recursos e capacidades partilhadas", indicou o comunicado da organização.
O modelo "vai além do projeto específico de habitação cooperativa: o estúdio também funciona como uma cooperativa onde 14 profissionais de diferentes especialidades oferecem um modelo e uma ferramenta ativa para promover mudanças políticas e urbanas a partir do sistema, com base em princípios sociais, ecológicos e sustentabilidade económica".
Edifícios criados para acolher atividades ligadas às artes e indústrias criativas, agricultura urbana e habitação social, em Berlim, Londres, Paris, Hasselt e Barcelona eram os cinco projetos finalistas ao prémio europeu de arquitetura Mies van der Rohe 2022.
Os dois projetos portugueses da lista inicial de candidatos eram o Palacete Marquês de Abrantes, da autoria do arquiteto Tiago Mota Saraiva (Estúdios Trabalhar com os 99%, CRL, Ateliermob), e o projeto Portas do Mar - Espaço Público e Parque de Estacionamento, de autoria de Carrilho da Graça e de Victor Beiramar Diniz, ambos em Lisboa.
Instituído em 1987 pela Comissão Europeia e pela Fundação Mies van der Rohe, com sede na capital da Catalunha, o prémio é considerado um dos galardões de maior prestígio na área da arquitetura.
O projeto do arquiteto português Álvaro Siza Vieira para o antigo Banco Borges e Irmão, em Vila do Conde, foi o distinguido na primeira edição do prémio, em 1988.
Leia Também: Vídeo de segurança a correr atrás de Paris Hilton torna-se viral