Biografias de 'Grandes Figuras da Cultura Portuguesa' lançadas em janeiro

A editora Contraponto apresenta no próximo dia 04 de janeiro uma nova coleção de biografias de "Grandes Figuras da Cultura Portuguesa" contemporâneas, que pretende que sejam mais do que "meros repositórios de factos por ordem cronológica".

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Lusa
27/12/2018 12:47 ‧ 27/12/2018 por Lusa

Cultura

Coleção

Trata-se de um projeto extenso no tempo, que arranca agora com as primeiras seis biografias, a serem apresentadas numa cerimónia na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, com a presença dos autores, quase todos ficcionistas, anunciou a editora.

Este projeto editorial irá permitir "conhecer em profundidade personalidades extraordinárias dos séculos XX e XXI", como Agustina Bessa-Luís, Herberto Helder, José Cardoso Pires, Natália Correia, Manoel de Oliveira e Amália Rodrigues, as seis primeiras "grandes figuras" da coleção, que se estenderá a outras personalidades, ao longo dos próximos anos.

Para escrever estas biografias, o editor da Contraponto, convidou maioritariamente escritores, pois não quer que estas obras "sejam meros repositórios de factos por ordem cronológica", mas sim obras que os leitores tenham "prazer ao lê-las".

A exceção é o sociólogo João Pedro George, autor da "bastante elogiada" biografia de Luiz Pacheco - "Puta Que os Pariu!" (2011) -- e que agora assina o volume dedicado ao poeta Herberto Helder (1930-2015).

Mas a primeira biografia prevista é dedicada a Agustina Bessa-Luís (nascida em 1922) e é de autoria de Isabel Rio Novo, enquanto Filipa Melo ficou com a responsabilidade de biografar a fadista Amália Rodrigues (1920-1999).

Bruno Vieira Amaral escreve a biografia do escritor José Cardoso Pires (1925-1998), Paulo José Miranda a do cineasta Manoel de Oliveira (1908-2015) e Filipa Martins a da poetisa Natália Correia (1923-1993).

"Procuramos retratos completos, rigorosos e muito bem escritos destas personalidades», explicou Rui Couceiro, numa entrevista recente à Lusa.

O responsável adiantou que "ainda no primeiro semestre de 2019, será editada uma outra biografia", sem revelar qual, e referiu que apesar de não estar prevista uma regularidade fixa para estas edições, este é um projeto para continuar "para lá de 2020".

O editor lembrou que, em Portugal, "não há uma tradição, nem de aposta nem de leitura de biografias, e, "com esta coleção, a Contraponto pretende esbater esta tendência".

"Acreditamos que é possível dar mais força ao género biográfico. E acredito muito no género, acho que há espaço de mercado no sentido de as pessoas começarem a ler mais biografias. É, aliás, uma tendência internacional, até porque há personalidades extraordinárias para biografar, de que as seis já escolhidas são um exemplo", disse Rui Couceiro.

Quanto às biografias, o editor afirmou: "O nosso objetivo não é o de criar polémica. Nesse sentido, tenho mantido contactos com os familiares/herdeiros e amigos dos biografados, pois sei que são sensíveis ao revelar determinadas informações, daí que tenhamos tido este cuidado".

"Limitámo-nos a perguntar-lhes se queriam ou não colaborar, e a maioria tem sido muito recetiva e colaborante", acrescentou, referindo que "há outras pessoas que não se sentem confortáveis para falar, mas nem sempre isso é o fundamental".

"Procuramos retratos completos, rigorosos, e muito bem escritos destas personalidades", sentenciou Rui Couceiro.

O editor enfatizou que "a dialética entre o biografado e o biógrafo é especial e distingue estes livros, porque os biógrafos já têm os seus leitores e são, de alguma maneira, consagrados, e vão biografar pessoas de referências na nossa cultura".

 

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