Poeta e ensaísta Manuel Gusmão distinguido com Medalha de Mérito Cultural
O poeta e ensaísta Manuel Gusmão vai receber, no próximo dia 5 de fevereiro, a Medalha de Mérito Cultural, anunciou hoje o Ministério da Cultura.
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A Medalha de Mérito Cultural é entregue ao poeta, pelas 15:00, na biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa, como reconhecimento do Governo português pelo "inestimável trabalho de uma vida dedicada à produção literária e à poesia, difundindo amplamente, em Portugal e no estrangeiro, a Língua e a Cultura portuguesas, ao longo de mais de cinquenta anos", lê-se na nota do ministério liderado por Graça Fonseca.
O ministério refere que, "como ensaísta, crítico e professor universitário, a obra de Manuel Gusmão associa o rigor académico à sensibilidade de poeta", e destaca os ensaios que "redigiu sobre duas figuras maiores da poesia portuguesa, Fernando Pessoa (ortónimo e heterónimos) e Carlos de Oliveira, contribuindo ativamente para o debate público sobre a renovação do ensino da Literatura".
Doutorado em Literatura Francesa, com uma tese sobre a poesia e a poética de Francis Ponge, em 1987, Manuel Gusmão estreou-se como poeta em 1990, com a publicação de 'Dois Sóis, A Rosa --- À Arquitetura do Mundo'.
O autor fundou as revistas Ariane, que se publica desde 1982, e Dedalus, da Associação Portuguesa de Literatura Comparada (APLC), em 1991. Atualmente é coordenador editorial da revista Vértice e publicou regularmente crítica literária no suplemento Ípsilon do jornal Público em 2007.
Anteriormente, Manuel Gusmão foi redator das revistas de literatura e arte Letras e Artes e O Tempo e o Modo, e ainda da revista Seara Nova e colaborou com o jornal Crítica, entre 1969 e 1971.
Manuel Gusmão, nascido em Évora há 73 anos, é membro da Associação Internacional de Literatura Comparada e do Centro de Estudos Comparados, e colabora com o Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo fundado a APLC e o Grupo Universitário de Estudos de Literatura Francesa.
O distinguido publicou ensaios ou prefaciou obras de Fernando Pessoa, Gastão Cruz, Carlos de Oliveira, Herberto Helder, Sophia de Mello Breyner Andresen, Luiza Neto Jorge, Ruy Belo, Armando Silva Carvalho, Fernando Assis Pacheco, Almeida Faria, Maria Velho da Costa, Nuno Bragança, Maria Gabriela Llansol, Luís de Sousa Costa e José Saramago.
Na área da tradução, Gusmão verteu para português poemas de Calderón de La Barca, Olivier Cadiot, Christian Prigent e Francis Ponge.
Ao longo da sua carreira recebeu o Prémio do P.E.N. Clube Português para Melhor Obra de Poesia, em 1997,com 'Mapas, o Assombro e Sombra', o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava relativos a 2001, com 'Teatros do Tempo', entre muitos outros.
Em 2011 recebeu o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, por 'Tatuagem e Palimpsesto: da Poesia em Alguns Poetas e Poemas', e em 2014 o Prémio de Poesia António Gedeão, pelo 'Pequeno Tratado das Figuras'.
No ano passado Manuel Gusmão publicou os títulos 'A Foz em Delta' e 'Neo-Realismo uma Poética do Testemunho, alguns exercícios de releitura'.
Gusmão assina o libreto da ópera 'Os Dias Levantados', de António Pinho Vargas, estreada em 1998, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa.
A nota ministerial lembra ainda que, "politicamente ativo desde os tempos de estudante universitário", Manuel Gusmão foi membro do Comité Central do PCP, entre 1979 e 2016, tendo sido eleito, em 1975, deputado à Assembleia Constituinte no círculo eleitoral de Évora, sua cidade natal.
No ano seguinte é eleito para a Assembleia da República, tendo ainda feito parte de vários órgãos do PCP, para o qual dirige, desde o primeiro número, a revista Caderno Vermelho.
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