A cumprir a sexta edição, este prémio literário realiza-se em duas fases e contempla 50 mil euros a repartir, em partes iguais, entre autor de um texto original e inédito e ilustrador dessa mesma obra.
Na categoria de texto, o prémio é atribuído a Maria Leitão pela obra 'O protesto do Lobo Mau', inspirado no conto popular 'Capuchinho Vermelho'.
"Tantas vezes o meu filho me pediu que lhe contasse a história do Capuchinho e do Lobo Mau, que, para continuar a contá-la, foi preciso reinventar. Assim, nasceu um lobo perdido na sua própria história, mas com o potencial (e vontade) de a fazer sua", afirma a autora, citada pela organização do prémio.
A história "aborda de forma original e provocadora uma personagem clássica, interpelando o leitor de modo divertido sobre o facto de estarmos sempre a tempo de recriar a nossa própria história", sustenta o júri.
"Valorizámos particularmente o papel atribuído ao Outro na construção da identidade individual e a mensagem de que cada um pode -- e deve -- ser senhor do seu destino", lê-se na nota de imprensa.
O júri integrou Laurinda Alves, Leonor Riscado, Mário Cordeiro, Rosário Alçada Araújo e Sara Miranda.
Maria Leitão tem 33 anos, nasceu em Lisboa e é licenciada em Letras.
Segundo o regulamento, estando escolhido o texto vencedor, inicia-se a segunda fase do prémio literário, com a abertura de candidaturas para a fase de ilustração a 13 de maio, terminando a 01 de julho.
O júri de ilustração do prémio é composto por André Letria, Jorge Nesbitt, Jorge Silva, Paula Tavares e Sara Miranda.
Lançado em 2014 por aquela cadeia de supermercados, gerida pela empresa Jerónimo Martins, o Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce pretende "estimular a emergência de novos talentos nas áreas da literatura e do design gráfico e ilustração, premiando obras originais, de autores sem livros publicados".
É considerado o maior prémio de literatura infantil em Portugal. O livro resultante das duas obras vencedoras será lançado em novembro.
Em edições anteriores foram publicados, entre outros, 'O Narciso com pelos no nariz' (2018), de Andreia Penso Pereira e Ana Granado, 'Há monstros no túnel' (2017), de Diogo Pécurto e Mara Santos Silva, e 'De onde vêm as bruxas?' (2014), de Joana Pires Lopes e Luís Belo.