"É um dia histórico para Mafra e para Portugal, porque esta candidatura preparada há 10 anos foi hoje aprovada e só peca por tardia, porque já devia ter sido classificada há muito tempo", disse Hélder Sousa Silva.
Para o autarca, a inscrição de Mafra na lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) "não é um ponto de chegada, mas um ponto de partida e traz responsabilidades acrescidas para a manutenção [do monumento] a curto prazo".
"Espero que haja uma Mafra antes da classificação e uma Mafra depois da classificação, virada para a recuperação do património", enfatizou.
"A inevitabilidade de um reconhecimento não poderia, nem deveria ser protelada, porque Mafra e o seu monumento há muito que mereciam esta inscrição", defendeu o diretor do Palácio Nacional de Mafra, Mário Pereira, citado numa nota de imprensa enviada pela autarquia.
Também a Escola das Armas e o Exército, a direção da Tapada Nacional e a Paróquia de Mafra, outros parceiros da candidatura, se regozijaram com a classificação.
O conjunto composto pelo Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada de Mafra recebeu hoje a classificação de Património Cultural Mundial da UNESCO, na reunião do comité da organização, a decorrer em Baku, no Azerbaijão, anunciou a organização.
O monumento português fez parte "das 36 indicações para inscrição na Lista do Património Mundial", que estão a ser avaliadas na 43.ª Sessão do Comité do Património, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a decorrer em Baku, no Azerbaijão, até 10 de julho.
Datado do século XVIII, o Palácio Nacional de Mafra, mandado construir por D. João V, com a riqueza resultante do ouro vindo do Brasil, é um dos mais importantes monumentos representativos do barroco em Portugal, sendo por isso um exemplo de afirmação do poder real.
Possui importantes coleções de escultura italiana, de pintura italiana e portuguesa, uma biblioteca única, bem como dois carrilhões, seis órgãos históricos e um hospital do século XVIII.
Foi classificado em 1910 como Monumento Nacional, mas a classificação abrangia só o palácio, a basílica e o convento.
Por isso, em junho desde ano, a Direção-Geral do Património Cultural propor alargar essa classificação também à Tapada Nacional e ao Jardim do Cerco.
A Lista do Património Mundial da UNESCO integra atualmente 1.092 sítios em 167 países.
Portugal conta com 15 locais classificados em território nacional, havendo ainda 11 que constituem património mundial de origem portuguesa no mundo.
O Centro Histórico de Angra do Heroísmo, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, num conjunto de proximidade, o Mosteiro da Batalha e o Convento de Cristo, em Tomar, foram os primeiros classificados, em 1983.