Na vila de Pedras Salgadas, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, as competições de saltos de obstáculos remontam a 1929. Depois de uns anos de interregno, o município do distrito de Vila Real recuperou a "tradição hípica" em 2016.
"Este é um concurso mítico. As bancadas enchem, o público vibra com as prestações de cada cavaleiro e depois são as condições que são completamente distintas. Temos aqui um campo relvado com condições extraordinárias para a prática hípica", afirmou Hugo Carvalho, cavaleiro da seleção nacional.
O Exército também participa neste concurso com quatro conjuntos (cavaleiro/ cavalo) e quer recuperar o protagonismo que já teve nesta competição.
O tenente Francisco Teixeira explicou que os militares participaram "ao mais alto nível" no concurso, acompanhando o início histórico desta competição.
No centro hípico ultimam-se hoje os preparativos para o concurso internacional de saltos (CSI) que começa na sexta-feira e que conta, segundo Filipe Pimenta, da organização, "com a participação de 170 conjuntos".
Trata-se de um concurso de duas estrelas e que tem provas que classificam para o ranking da Federação Equestre Internacional (FEI).
"O principal objetivo é transformar este num concurso de referência internacional. É um concurso com muita história em Portugal e, sem dúvida, foi um forte impulsionador da modalidade", afirmou o responsável.
Filipe Pimenta referiu que esta edição conta com a "participação de mais cavaleiros estrangeiros" e sublinhou que é um evento que "mexe com a economia local", a nível da hotelaria e restauração, e atrai visitantes ao território.
"Para além do que deixam ficar de economia direta, há também a promoção que acabam por fazer desta região (...) Este concurso é uma forma extraordinária de poder mostrar a região a nível nacional e internacional", salientou.
O evento tem como parceiros a empresa NPimenta, a Câmara de Vila Pouca de Aguiar e a empresa Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso (EHATB).
Foi a tradição hípica de Pedras Salgadas que levou a autarquia de Vila Pouca de Aguiar a apostar na construção do centro, que tem uma escola incluída e entrou em funcionamento em 2015.
"Temos cada vez mais procura, temos muitos meninos e pessoas mais crescidas que estão a começar a ter o gosto pela equitação", afirmou Célia Martins, técnica do centro hípico.
O espaço possui picadeiro, uma cavalariça equipada com 32 boxes e desenvolve atividades como terapias assistidas com cavalos, aulas equestres, prática de equitação e batismos a cavalo.
Foi, inclusive, "o primeiro espaço" no Alto Tâmega a desenvolver um projeto de equitação terapêutica com uma equipa constituída por técnicos profissionais de saúde e instrutores de equitação.
Célia Martins especificou que a escola de equitação possui cerca de 40 alunos e que as terapias assistidas com cavalos são frequentadas por cerca de 30 meninos.