"É a primeira vez que este festival se realiza em Portugal desta forma. Houve uma pequena abordagem há uns anos, mas com esta dimensão, neste âmbito, neste formato e com este grande apoio e participação de várias entidades e académicos e cineastas, é a primeira vez", explicou António Minhoto.
O também presidente da Associação dos Trabalhadores de Minas de Urânio (ATMU) é igualmente um dos responsáveis pela presença na região de Nelas do Uranium Film Festival.
Congratula-se com "apoio e envolvência de várias entidades", como autarquias, associações e entidades académicas, até porque, defendeu à agência Lusa, este certame "é de extrema importância".
"Isto é muito importante para a investigação, para a saúde, porque este festival dá grande relevância às questões da saúde e exames que defendemos que sejam feitos. E ainda na questão técnica do conhecimento que damos ao mundo sobre esta recuperação das minas abandonadas", contou.
A par dos filmes, existem "seis mesas redondas nas quais participam técnicos da área da saúde, do associativismo e do ambiente", entre os quais "estrangeiros e alguns académicos e cientistas da região", além de "cineastas, realizadores de filmes já feitos sobre a temática".
Sob o lema: "Não mais mortes por exposição à radioatividade. Não às alterações climáticas", o festival conta com presenças de "vários pontos do globo, principalmente Europa", como, por exemplo, da Bélgica e da Espanha, e da América, nomeadamente do Brasil, "país de onde é originário o festival, e onde mantém a organização, e que já assumiram a realização, em 2020, do evento novamente na região".
"Temos confirmada a presença de muitos responsáveis, como a Quercus, que é uma grande parceira deste festival e, já posso assumir, que em conjunto vamos avançar com o festival em 2020 em Portugal e pensamos lançá-lo também aqui na zona ibérica, porque é muito importante estar presente nestes países tão marcados pelas minas", adiantou.
Os 12 filmes sobre o urânio e a era atómica que compõem este Festival Internacional de Cinema sobre Urânio vão ser exibidos a partir de sexta-feira, na Casa do Pessoal das Minas da Urgeiriça, em Nelas. No sábado, estende-se ao Instituto Politécnico de Viseu e, a partir de domingo, no Auditório da Biblioteca Municipal de Mangualde.
António Minhoto esclareceu ainda que a inauguração do festival em cada uma das três localidades vai ser presidida pelos respetivos autarcas, o que, no seu entender, "é bem revelador da importância que este festival tem na região e em cada uma das cidades".
"Pensamos que vai ter uma grande participação e vai ter uma abertura inédita, junto ao cavalete de Santa Bárbara, que foi o poço central das minas da Urgeiriça, e vai ser apresentado um trabalho sobre o futuro Museu da Urgeiriça", adiantou António Minhoto.