O prémio literário António Cabral pretende ser uma homenagem ao poeta do Douro, que faleceu em 2007, e visa também estimular novas produções literárias.
A vereadora da Cultura da Câmara de Vila Real, Eugénia Almeida, disse hoje, em conferência de imprensa, que à edição deste ano concorreram 136 obras de poesia, originais, muitas das quais de poetas brasileiros.
O professor e escritor Pires Cabral, do Grémio Literário Vila-Realense, anunciou que o júri escolheu o livro 'Não fosse o tumulto de um corpo', da autoria de António Canteiro, pseudónimo de João Carlos Costa da Cruz, um técnico superior da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, com 55 anos e residente em Febres, Cantanhede.
O júri considerou que se trata de uma obra que "revela uma forte sensibilidade poética" e com "inegável qualidade linguística, imaginativa e musical".
O premiado já escreveu obras de romance e poesia como a 'Parede de Adobo', 'Ao redor dos muros', 'Largo da capella', 'O silêncio solar das manhãs', 'Logo à tarde vai estar frio' ou a 'Casa do ser'.
Publicou ainda o trabalho de investigação sobre a etnia cigana 'Questões étnicas, questões éticas'.
O prémio no valor de 5.000 euros vai ser entregue no sábado, em Vila Real, no decorrer do Encontro de Escritores Transmontanos e Durienses.
O prémio, instituído em 2011, já foi atribuído a Amadeu Baptista, Daniel Gonçalves e Nuno de Figueiredo.
Em 2015, segundo Eugénia Almeida, o júri deliberou não atribuir o galardão, "por manifesta falta de qualidade dos originais apresentados a concurso".
António Cabral (1931-2007) foi autor de mais de duas dezenas de títulos nas áreas da poesia, dramaturgia, do romance e do conto, tendo ainda desenvolvido trabalhos de investigação na área dos jogos populares e pedagogia do jogo.
Escreveu, entre outros, 'A mulher e a cobra', 'O mar e as águias', 'Falo-vos da montanha', 'A flor e as palavras', 'Poemas durienses', 'O Orfeu rebelde', 'Aqui. Douro', 'Os jogos populares e o ensino', 'Novos poemas durienses', 'Ouve-se um rumor' ou 'Entre quem é'.
António Cabral, licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto, foi professor, fundou o Centro Cultural Regional de Vila Real, as revistas Setentrião e Tellus e o jornal Nordeste Cultural.