Já é conhecido o Prémio Pessoa 2019
O encenador, dramaturgo, ator e diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II Tiago Rodrigues é o Prémio Pessoa 2019, foi anunciado esta sexta-feira. Esta é a 33.ª edição do prémio.
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Cultura Prémi Pessoa
O Prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, e visa "representar uma nova atitude, um novo gesto, no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses".
O júri deste ano, refere a organização em comunicado, foi composto por Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques, com Francisco Pinto Balsemão a presidir e Emílio Rui Vilar enquanto vice-presidente.
Encenador, dramaturgo, ator e produtor teatral, Tiago Rodrigues começou por se destacar no panorama artístico português quando foi co-fundador do projeto Mundo Perfeito, com o qual apresentou mais de trinta produções, quer em Portugal, quer em alguns dos mais importantes festivais e temporadas na Europa, no Brasil e nos Estados Unidos.
O repertório abordado incluiu leituras contemporâneas de autores da dramaturgia clássica, da Antiguidade a Shakespeare e Strindberg, bem como estreias de autores portugueses como José Luís Peixoto, Jacinto Lucas Pires ou José Maria Vieira Mendes. Foi ele próprio autor, designadamente, das obras 'Se uma Janela se Abrisse', 'Tristeza e Alegria na Vida das Girafas' ou 'Três Dedos Abaixo dos Joelhos'.
Empenhado num constante diálogo entre o Teatro e as demais linguagens artísticas, colaborou com o coreógrafo Rui Horta e com os cineastas Tiago Guedes, João Canijo, Bruno de Almeida e Marco Martins e foi autor do guião da série televisiva 'Noite Sangrenta'.
Em 2014, com a sua nomeação para a Direção do Teatro Nacional D. Maria II, assinala a organização do Prémio Pessoa, lançou um projeto de internacionalização daquela instituição, "à qual imprimiu um novo dinamismo desde logo reconhecido pela crítica e pelo público". "É de sublinhar, em particular, o papel que, sob a sua orientação, o Teatro Nacional tem vindo a desempenhar na articulação com os projetos teatrais independentes e com a circulação de produções por todo o País", é realçado.
Tiago Rodrigues, elogia-se, "é hoje uma presença regular nos principais palcos europeus, entre eles os do Festival de Avignon ou do Teatro da Bastilha", e foi recentemente convidado a encenar para a Royal Shakespeare Company, tendo escolhido para o efeito a sua peça 'Blindness and Seeing', baseada nos romances 'Ensaio Sobre a Cegueira' e 'Ensaio Sobre a Lucidez', de José Saramago.
Além disso, tem desenvolvido uma intensa atividade pedagógica, quer em centros de formação internacionais como a PARTS, de Bruxelas, ou The Autonomous Actor, de Estocolmo, quer em escolas portuguesas como as Escolas Superiores de Música e Artes do Espetáculo e de Dança, ou a Universidade de Évora. A sua intervenção tem também uma forte dimensão comunitária, estando, nomeadamente, associado a projetos de natureza social envolvendo jovens e séniores.
De frisar ainda que Tiago Rodrigues tem recebido numerosos prémios e distinções nacionais e internacionais, sendo de destacar o Prémio Europa de Teatro de 2018, a atribuição do grau de Chevalier des Arts et Lettres pela República Francesa, ou o prémio da Associação Profissional da crítica francesa para a melhor peça do ano.
Ao atribuir-lhe do Prémio Pessoa 2019, o júri consagra uma "carreira de excecional projeção dentro e fora do País, mas também reconhece um contributo notável para o desenvolvimento do campo das Artes Performativas portuguesas”, lê-se na ata do Prémio Pessoa 2019.
De recordar que na edição anterior foi Miguel Bastos Araújo, biogeógrafo e investigador especialista no estudo dos efeitos das alterações climáticas na biodiversidade.
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