Cem empresas alertam para "coma profundo" no setor dos espetáculos

Uma centena de empresas de espetáculos e audiovisuais pediu hoje a intervenção do Governo para responder ao "coma profundo" em que entrou esta área da cultura, na sequência das medidas restritivas de contenção da doença Covid-19.

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Lusa
19/03/2020 17:29 ‧ 19/03/2020 por Lusa

Cultura

Covid-19

Num comunicado conjunto, uma centena de empresas de técnicos, promotoras e organizadoras de festivais e eventos culturais, que fazem gestão de artistas, alertam para a situação de "colapso" com o cancelamento ou adiamento de espetáculos e encerramento temporário de salas.

"Face ao atual cenário, há empresas que simplesmente pararam. Todas as áreas ligadas aos espetáculos e eventos de pequena, média e grande dimensão, teatros, circos, festivais, espetáculos, programas televisivos, conferências, eventos corporativos, entre outros, viram a sua agenda totalmente cancelada. Contudo, subsistem todos os compromissos inerentes à sua atividade, incomportáveis de assumir sem receitas", sublinham.

As empresas pedem ao Governo linhas de crédito sem juros, a "suspensão imediata do pagamento de todas as obrigações fiscais e contributivas", períodos de carência a empresas com empréstimos à banca e "planos de ação concretos para incentivar a retoma normal da atividade após a crise".

Entre as subscritoras deste comunicado estão empresas de equipamento de luz e som para espetáculos, promotoras, organizadoras de festivais, empresas de agenciamento, de aluguer de equipamento audiovisual.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de hoje.

O Conselho de Ministros aprova hoje as medidas que concretizam o estado de emergência proposto pelo Presidente.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo já tinha suspendido as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

Dezenas de salas de espetáculos, salas de cinema, teatros municipais e nacionais foram encerrados e ficaram com programação suspensa ou adiada.

Já foram anunciados cancelamentos ou adiamentos de espetáculos de música, dança, teatro, artes performativas e estreias de filmes.

Em Portugal, estão confirmados 785 casos de infeção e três mortes.

 

 

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