"Luís Noronha da Costa esteve, durante meio século, nas artes plásticas portuguesas, com merecido prestígio nacional e internacional, este, desde logo, consagrado na Bienal de S. Paulo aos 27 anos de idade. Conjugando impressões de inspiração clássica com aproximações neorromânticas umas vezes, surrealistas outras, desmaterializadas sempre, cultivou o poético, o real-irreal, o paroxismo do tratamento da luz e da sua desconstrução", pode ler-se numa nota publicada na página da Presidência da República na internet.
Na mesma mensagem, é realçado que Marcelo Rebelo de Sousa privou com Luís Noronha da Costa desde os anos 1970 "e muito o admirava".
O artista plástico Luís Noronha da Costa morreu hoje, aos 77 anos, numa unidade hospitalar de Lisboa, onde estava internado, disse à agência Lusa fonte próxima da família.
Nascido em Lisboa, em 1942, começou por formar-se em arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, mas a partir do final dos anos 1960 dedicou-se totalmente à pintura.
A originalidade do seu trabalho marcou a sua obra em pintura, objetos e também em incursões no cinema.
Representou Portugal na Bienal de São Paulo (1969) e na Bienal de Veneza (1970) e fez exposições coletivas e individuais em quase todos os países da Europa, no oriente e no continente americano.
Em 2017, quando celebrava 50 anos de carreira artística, reuniu 35 obras do seu percurso, sobretudo peças da coleção pessoal, na Casa-Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, na exposição "Isto não é só um écran - Noronha da Costa -- 50 anos de pintura (1967-2017)", com curadoria de Bernardo Pinto de Almeida.
Uma grande retrospetiva tinha sido realizada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, em 2003, e na Fundação Calouste Gulbenkian, na década de 1980, pelas primeiras duas décadas de carreira.