"É um convite que pretende envolver todos os portugueses no regresso às salas de cinema. Todos os cinemas que já se encontram abertos cumprem com as regras de higiene e segurança impostas pela [Direção-Geral da Saúde], estando por isso aptos e à espera de poder receber todos os apaixonados pela experiência de ver um filme no grande ecrã", explica o diretor-geral da Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais (FEVIP), Paulo Santos, uma das entidades que compõem o movimento #Vamosaocinema, num comunicado hoje divulgado.
Além da FEVIP, o movimento inclui o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), a Associação para a Gestão Coletiva de Direitos de Autor e de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais (GEDIPE), a Academia Portuguesa de Cinema e a Associação Portuguesa de Exibidores de Cinema (APEC).
O mote do movimento é "um convite a todos os portugueses a fim de poderem satisfazer alguns dos seus desejos e pô-los em prática: indo ao cinema!".
"Queremos que as pessoas regressem às salas e experienciem algo único que só o cinema consegue oferecer: risos, lágrimas, emoção, adrenalina... e às vezes tudo isto num só filme. E além de satisfazerem um forte desejo, estão também a contribuir para que este setor da cultura consiga recuperar a robustez de outrora. No fundo, este projeto tem objetivos muito concretos: contribuir para a estabilidade social e económica do país, e principalmente para a manutenção de uma oferta cultural democrática e diversificada", referiu ainda Paulo Santos.
A campanha arranca hoje em vários canais de comunicação, da televisão ao digital, passando pela rádio.
Segundo dados do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), cerca de 78 mil espectadores foram ao cinema em julho, uma quebra de 95,6% face ao período homólogo de 2019, e 12.400 em junho, o mês em que as salas puderam reabrir em tempo de pandemia, o que representou uma quebra de 99% da assistência registada em junho de 2019.
O ICA retomou em julho a divulgação mensal de informação estatística sobre exibição comercial, uma vez que as salas de cinema puderam reabrir a 01 de junho, depois de mais de três meses de encerramento forçado por causa da covid-19.
Apesar de o plano de 'desconfinamento' do Governo ter permitido a abertura de salas de espetáculos, teatros e cinemas a 01 de junho, apenas algumas salas, em particular de exibidoras mais pequenas e independentes, reabriram nessa data.
A título de exemplo, os cinemas Ideal e Nimas, em Lisboa, e Trindade, no Porto, reabriram a 01 de junho e a NOS Cinemas e a NLC -- Cinema City (46 salas) reabriram a 02 de julho.
A covid-19 teve um impacto enorme na indústria cinematográfica, paralisando produções de cinema, levando ao encerramento de salas, ao adiamento de festivais de cinema e à reflexão sobre estratégias de exibição cinematográfica envolvendo, sobretudo, as plataformas de 'streaming'.
Os exibidores contavam com os lançamentos de novos filmes de Hollywood para atraírem os públicos de volta às salas, mas os principais destaques têm sido sucessivamente adiados, quando não cancelados por completo.