Covid-19: Reacção de agentes culturais foi "incrível e extraordinária"

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, considerou hoje "incrível e extraordinária" a capacidade de reação demonstrada pelos agentes culturais que, em 24 horas, conseguiram alterar os horários dos espetáculos garantindo "que a Cultura não pare".

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Lusa
03/11/2020 19:09 ‧ 03/11/2020 por Lusa

Cultura

Graça Fonseca

 

"Mais uma vez a reação de responsáveis de equipamentos de teatro públicos, privados, municipais, cinemas, bem como dos vários agentes ligados à Cultura foi incrível e extraordinária, porque conseguiram, em 24 horas, adaptar os horários dos espetáculos, garantindo que os estabelecimentos encerrem às 22:30, prosseguindo um objetivo comum ao Ministério que é o de garantir que a Cultura não pare", frisou Graça Fonseca, em declarações à agência Lusa.

A ministra reagia à Lusa à posição conjunta divulgada hoje por equipamentos culturais situados em alguns dos 121 concelhos de Portugal continental, sujeitos ao confinamento parcial e que, a partir de quarta-feira, passam a encerrar às 22:30. A posição conjunta foi tomada menos de 24 horas após a publicação da Resolução de Conselho de Ministros, em suplemento do Diário da República, na segunda-feira.

Graça Fonseca frisou ainda que não há registo de uma situação de contaminação de contágio em cinemas, teatros ou outros equipamentos culturais desde o início da reabertura, com a aprovação do "Plano de Desconfinamento" do Governo.

Desde segunda-feira que o Ministério da Cultura foi dialogando com vários equipamentos culturais e seus responsáveis "para continuar este caminho e vontade conjunta que é de manter todos os equipamentos culturais abertos", disse Graça Fonseca.

"Não apenas porque isso é importante para todos os agentes culturais do mundo do espetáculo, como a nível pessoal é importante que mantenhamos a nossa vida e possamos ir a espetáculos", frisou.

Questionada pela Lusa sobre o que pensa da obrigação de encerramento das salas de espetáculos às 22:30, nos 121 concelhos sujeitos a confinamento parcial, Graça Fonseca disse tratar-se de uma decisão decorrente "da situação que se vive em Portugal e no mundo, com o aumento do número de casos de contágio pela covid-19".

O que "levou o Governo a adotar um conjunto de medidas especiais adicionais, à semelhança do que tem acontecido em muitos países da Europa", observou.

Portugal é, todavia, "dos poucos países da Europa, se não mesmo o único, que não encerrou equipamentos culturais como cinemas, teatros ou mesmo museus e bibliotecas", desde a reabertura, enfatizou.

"Não temos qualquer registo de uma situação de contaminação de contágio em cinemas, teatros ou outros equipamentos culturais desde a reabertura progressiva destes, de junho a outubro últimos", frisou à Lusa.

E realizaram-se milhares de atividades culturais, acrescentou, insistindo que o Ministério da Cultura "está convicto de que 'a Cultura é segura', tal como a Associação de Promotores de Espetáculos tem vindo a dizer", afirmou, referindo-se à iniciativa da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE).

Para Graça Fonseca, a reação das dezenas de equipamentos e responsáveis culturais que "hoje se reuniram num movimento para garantir que a Cultura não para, é tão extraordinária" como a revelada pelo setor cultural, quando no regresso à atividade, se adaptou "depressa e bem" às diretivas da Direção-Geral da Saúde.

Tanto no que toca a entradas e saídas de equipamentos, como à distribuição de lugares, quer parte do público, que assistia aos espetáculos de forma ordeira, e fazia fila para abandonar as salas mantendo a distância de segurança, acrescentou a ministra, as diretivas de higiene foram sempre aplicadas.

Graça Fonseca disse garantiu ter presenciado tais situações nos muitos espetáculos a que nunca deixou de assistir.

"Democracia e cultura são bens essenciais", "mais ainda" no momento de pandemia que o mundo atravessa, concluiu.

 

 

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