David Fincher descreveu o filme ‘Joker’ como uma “traição” das pessoas com doenças mentais durante uma entrevista ao The Telegraph. O realizador abordou o sucesso que o filme de Todd Phillips teve ao fazer uma dura crítica aos estúdios de Hollywood.
Fincher salientou que os estúdios “não querem fazer nada que não lhes renda mil milhões de dólares” e sugeriu que o sucesso da trilogia de ‘The Dark Knight’ revelou-se decisivo para a aposta da Warner Bros. em ‘Joker’.
“Nunca ninguém pensaria que eles (Warner Bros.) teriam a possibilidade de conseguir um grande êxito com ‘Joker’ se a trilogia de ‘The Dark Knight’ não tivesse sido um sucesso tão massivo”, referiu o cineasta.
“Não acho que alguém teria olhado para aquele material e teria pensado ‘Sim, vamos pegar no Travis Bickle (‘Taxi Driver’) e no Rupert Pupkin (‘The King of Comedy’) e fundi-los, e depois vamos emboscá-lo numa traição dos doentes mentais, e apresentá-lo para ganhar mil milhões de dólares’”, constatou David Fincher.
Ao falar de ‘Joker’, Fincher não evitou estabelecer uma comparação com ‘Fight Club’, filme que realizou e que explorou o tema das doenças mentais e que não se tornou um êxito imediato, mas que ao longo dos anos tornou-se um filme de culto.
“A opinião geral entre as pessoas do estúdio era ‘As nossas carreiras acabaram’. O facto de termos feito aquele filme em 1999 ainda é, para mim, um milagre”, realçou.
O filme mais recente de David Fincher, ‘Mank’, vai estar disponível na Netflix a partir desta sexta-feira.