Em comunicado, a Fundação da Casa de Mateus endereçou "sentidos pêsames" à família do artista plástico, que morreu hoje aos 83 anos, e agradeceu "todo o trabalho artístico" por ele desenvolvido.
João Cutileiro criou em 1981 a escultura em mármore de uma mulher que parece que dorme no lago da Casa de Mateus e que se transformou numa "imagem icónica" para todos os que visitam aquele espaço localizado às portas da cidade de Vila Real.
O palácio de Mateus foi inaugurado em 1743 e classificado como monumento nacional em 1911. É considerado um dos ex-líbris de Vila Real e o local mais visitado deste território.
A fundação salientou que o escultor "ficará para sempre ligado à história da Casa de Mateus".
Acrescentou ainda que João Cutileiro "não realizava modelos prévios, tendo sido pioneiro em utilizar máquinas para trabalhar diretamente a pedra e com elas dar-lhes forma".
João Cutileiro, nascido em 1937, em Lisboa, viveu e trabalhou em Évora desde 1985.
Frequentou os ateliês de António Pedro, Jorge Barradas e António Duarte de 1946 a 1950, tendo feito a sua primeira exposição individual ("Tentativas Plásticas") em 1951, com 14 anos, em Reguengos de Monsaraz, onde apresentou esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.
Cutileiro foi condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada, Grau de Oficial, em agosto de 1983, e recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Évora e pela Universidade Nova de Lisboa, este último concedido em 2017.
Em 2018, quando João Cutileiro recebeu a Medalha de Mérito Cultural, numa cerimónia no Museu de Évora, foi formalizado o anterior compromisso de doação do espólio do escultor ao Estado português, em 2016, e assinado um protocolo que envolveu o Ministério da Cultura, o município e a Universidade de Évora.
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