Gulbenkian expõe mais de cem obras de arte britânica do século XX

Mais de cem obras de arte britânica das coleções do CAM e Berardo, que mostram como artistas internacionais configuraram a arte do Reino Unido no século XX, vão poder ser vistas a partir de sexta-feira na Gulbenkian, em Lisboa.

Notícia

© Lusa

Lusa
13/03/2025 17:43 ‧ há 4 horas por Lusa

Cultura

Gulbenkian

A exposição 'Arte Britânica -- Ponto de Fuga', que estará patente na Galeria Principal da Fundação Calouste Gulbenkian até 21 de julho, reúne mais de uma centena de obras de 74 artistas de várias partes do mundo, algumas nunca anteriormente expostas.

 

Estas obras pertencem às duas maiores coleções institucionais de arte britânica em Portugal, a do CAM -- Centro de Arte Moderna Gulbenkian e da Coleção Berardo (em depósito no Museu de Arte Contemporânea/Centro Cultural de Belém), e esta é a primeira vez que se apresentam juntas numa exposição, anunciou a Gulbenkian.

Esta mostra é ainda complementada "por relevantes empréstimos, alguns provenientes do Reino Unido e de França, que contextualizam a significativa transferência transnacional que distinguiu a prática artística britânica neste século", acrescentou a fundação, em comunicado.

Entre os 75 artistas representados, contam-se nomes como Antony Gormley, Bridget Riley, David Hockney, Francis Bacon, Frank Auerbach, Marc Quinn e Rachel Whiteread, estando também incluídos oito artistas portugueses que trabalharam e em alguns casos viveram em Londres, como Paula Rego, Bartolomeu Cid dos Santos, Menez, Eduardo Batarda, Fernando Calhau, Graça Pereira Coutinho, João Penalva e Rui Sanches.

Na sua página de Internet, a Gulbenkian refere que a questão do que constitui a arte britânica -- passada e presente -- está sempre em mudança e que nas últimas duas décadas, se assistiu a uma "grande reavaliação e valorização da influência migrante e diaspórica na arte 'britânica', como parte de um movimento de descolonização do cânone".

"A exposição assinala diálogos artísticos significativos entre o Reino Unido e a França, os Estados Unidos da América e Portugal, através de artistas conhecidos e de outros menos conhecidos, nativos, migrantes ou temporariamente deslocados. Estes artistas estão ligados, não apenas por movimentos e práticas artísticas, formação em escolas de arte e plataformas de exposição, mas também através de histórias pessoais partilhadas, incluindo identidades nacionais e étnicas, trajetórias e experiências de emigração", acrescenta.

Dispostas segundo uma sequência temática e não estritamente cronológica, as obras expostas testemunham o impacto que artistas oriundos das várias partes do mundo tiveram na cena cultural e artística do Reino Unido, particularmente na segunda metade do século XX, quando escolas artísticas, sediadas sobretudo em Londres, se tornam importantes polos de atração.

"São explorados os diálogos entre artistas do Reino Unido e os de outras origens que lá se estabeleceram, por períodos de curta ou longa duração, durante os quais partilharam diferentes linguagens artísticas e formações académicas e também as histórias pessoais, trajetórias e experiências de emigração", esclarece a Gulbenkian.

Quanto aos empréstimos internacionais e nacionais que figuram na exposição, reforçam a mesma linha de abordagem de artistas deslocados para o Reino Unido, a partir de finais do século XIX.

Entre estes, contam-se obras de W.R. Sickert (Museu de Belas-Artes de Rouen) e John Singer Sargent (Museu Gulbenkian, Lisboa), ou, já nos inícios do século XX, pinturas de Alfred Wolmark e Mark Gertler (provenientes de coleções particulares), bem como de David Bomberg (Ben Uri Foundation, Londres).

A grande tradição inglesa da paisagem, não sendo um tema dominante na exposição, está também assinalada por uma obra de J.M. William Turner (1775-1851), representando uma paisagem marítima, cedida pelo Museu Gulbenkian, que possui duas grandes telas do pintor britânico do Romantismo na sua coleção: "A Foz do Sena em Quillebeuf" e "Naufrágio de um Cargueiro".

Com curadoria de Ana Vasconcelos (CAM Gulbenkian) e de Rita Lougares (Coleção Berardo), e coordenação científica de Sarah MacDougall, da Ben Uri Foundation, de Londres, a exposição terá um catálogo 'online' e um livro de ensaios, publicado em parceria com a Tinta-da-China, no qual os artistas portugueses representados surgem como "casos de estudo".

A Coleção de Arte Britânica do CAM conta atualmente com cerca de 450 obras de duas centenas de artistas e começou a ser constituída em 1959, com as primeiras aquisições concretizadas em março de 1960, sob a tutela do British Council, instituição dedicada à promoção internacional da língua, da cultura e da arte britânicas.

Leia Também: Gulbenkian vai apoiar 14 projetos de cuidados domiciliários a idosos

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas