Projeto lança 'site' para divulgar Lisboa Romana

O 'site' www.lisboaromana.pt, resultado de três anos de trabalho que reunirá a mais atualizada informação sobre este período histórico, é apresentado hoje à tarde, de forma virtual.

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Lusa
14/01/2021 10:21 ‧ 14/01/2021 por Lusa

Cultura

Lisboa

O 'site' vai proporcionar "uma nova visão e mais aproximada da presença romana neste território" que corresponde mais ao menos à atual Área Metropolitana de Lisboa, disse à agência Lusa o arqueólogo António Marques, um dos responsáveis do projeto.

A apresentação 'online', hoje às 17:30, conta com a presença da vereadora da Cultura de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, e dos investigadores Carlos Fabião, Mário Cachão, Miguel Lago, Cristina Oliveira, Amílcar Guerra e Jorge Raposo.

"O 'site', tal como o projeto, visam sobretudo a divulgação e a promoção do conhecimento. Resulta e vive, da investigação que tem sido feita 'em surdina', nas últimas três décadas", assinalou António Marques.

O município romano Felicitas Iulia Olisipo, geograficamente era maior que os atuais limites da Área Metropolitana de Lisboa, abrangendo municípios como os de Mafra e Torres Vedras, mas não incluía, por exemplo, o de Setúbal, que à época também foi capital de um município.

Este projeto, transdisciplinar, foi iniciado em 2017 e, além da Câmara Municipal de Lisboa, que lidera a iniciativa, envolveu 19 municípios, 10 centros de investigação de cinco universidades, a Direção-Geral do Património Cultural e o Núcleo Arqueológico da Fundação Millennium BCP, entre diversas entidades públicas e privadas, como empresas de arqueologia ou unidades hoteleiras.

A presença romana no território lisbonense situa-se entre o século II antes de Cristo e o século V.

O teatro romano, próximo da Sé de Lisboa, as termas portuárias, implantadas sobre o criptopórtico identificado no subsolo da rua da Prata, em Lisboa, são alguns dos vestígios visíveis, assim como o Núcleo Arqueológico da Fundação Millennium BCP, na Rua dos Correeiros. Este núcleo mostra "o ADN económico de Lisboa nos tempos romanos, cuja principal atividade era a indústria transformadora de peixe", disse António Marques, que chamou também a atenção para o núcleo existente no Eurostar Museum Hotel, na Rua Cais de Santarém.

Este núcleo "tem uma via [rua], um fontanário, e parece um minúsculo fragmento de Pompeia [sítio arqueológico na região de Campânia, no sul da Itália] em Lisboa", disse o arqueólogo, referindo que, mensalmente é registado um novo vestígio romano neste território.

O 'site', que é "um repositório da informação sobre este período nesta área geográfica, será, certamente, uma referência para a divulgação da investigação" histórica e arqueológica e visa dar "a conhecer ao público um vasto e valioso património existente na Área Metropolitana de Lisboa como fator de desenvolvimento".

A partir do 'site', acede-se a circuitos pré-definidos, podendo cada utilizador delinear o seu próprio percurso.

No 'site' estão georreferenciados "mais de 300 sítios arqueológicos até à data" e inclui vários artigos científicos.

Apresentado como "uma fita do tempo", são conhecidas personagens que viveram na Felicitas Iulia Olissipo e são divulgadas histórias do tempo em que os romanos administravam este território.

 

 

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