"Apagão teve origem fora. Situação ainda é grave, inédita e inesperada"

Luís Montenegro fala ao país após o apagão que afetou todo o território de Portugal continental esta segunda-feira.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Cátia Carmo
28/04/2025 21:23 ‧ há 1 hora por Cátia Carmo

País

Luís Montenegro

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que o "apagão generalizado na rede nacional elétrica" teve origem fora do território português, "muito provavelmente em Espanha".

 

"Constituímos um gabinete de crise no Governo para fazer frente a uma situação que ainda é grave, inédita e inesperada", sublinhou Montenegro, que falava à imprensa na residência oficial em São Bento, no final do Conselho de Ministros.

O governante explicou que a prioridade foi "responder às situações mais críticas", a começar pelos hospitais e em "ajudar as pessoas mais afetadas".

"Isolámos toda a rede elétrica nacional das interligações internacionais, que no nosso caso são exclusivamente com Espanha. Acionámos todos os procedimentos para reativar os geradores nacionais, para restabelecer o fornecimento da eletricidade. No plano operacional concentrámos a operação no sistema de crise do Sistema de Segurança Interna", explicou o primeiro-ministro.

As Forças Armadas, a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde e o INEM formaram também "gabinetes de crise para um acompanhamento permanente e em articulação com o Governo".

O Conselho de Ministros, que está reunido de "forma permanente desde as 13h00, em modo de gestão de crise", vai continuar.

"Estive em contacto permanente com o Presidente da República e tive ocasião de falar com o maior partido da oposição, a presidente da Comissão Europeia, o presidente do Conselho Europeu e o governo espanhol. Mantivemos também contacto permnente com a REN, que é responsável por garantir o transporte da eletricidade nacional", revelou.

Energia foi garantida em "serviços essenciais e entidades críticas"

Montenegro esclareceu que o facto de o Conselho de Ministros ter decretado "situação de crise energética" possibilitou que, "durante todo o dia" fosse fornecida energia em "serviços essenciais e entidades críticas e prioritárias na área da saúde, órgãos de soberania, órgaos de comunicação social, grande distribuição alimentar e o sistema de pagamentos eletrónicos".

O Governo deu indicações aos distribuídores de combusível para que fosse garantido o "fornecimento aos serviços críticos", para que pudessem manter atividade.

"Indicámos à REN os serviços prioritários, designdamente os hospitais. Procedemos à evacuação dos passageiros retidos, nomeadamente nos metros de Lisboa e Porto. Nas travessias do Tejo foram dadas instruções para o transporte ser gratuito enquanto houver passageiros para transportar", informou Montenegro.

ANAC autorizou "todos os voos noturnos"

A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) autorizou, a pedido do Governo, "todos os voos noturnos" com o objetivo de "assegurar uma rápida recuperação dos atrasos".

"O Governo, em articulação com ANA - Aeroportos de Portugal, está a tomar diligências para assegurar o apoio necessário à alimentação e necessidades mais urgentes dos passageiros no Aeroporto de Lisboa", assegurou o primeiro-ministro.

Escolas poderão reabrir terça-feira "se não houver mais perturbações"

Às escolas foram dadas indicações para manterem as crianças nas "instalações até à chegada dos pais" e poderão poderão reabrir na terça-feira "se não houver nenhuma perturbação no processo de reabastecimento" de energia, depois do apagão desta segunda-feira.

"Não vemos razão para que não possam abrir amanhã numa situação de normalidade se não houver nenhuma perturbação neste processo de reabastecimento", afirmou Luís Montenegro.

O primeiro-ministro disse também esperar que na terça-feira seja retomada a normalidade na distribuição de bens essenciais, medicamentos ou combustível, apelando aos portugueses para moderarem os consumos ao necessário.

"Apesar de todas as adversidades, os serviços essenciais mantiveram-se em funcionamento e o Estado mostrou capacidade de resposta. O abastecimento está a ser reposto gradualmente. Em algumas regiões do país a eletricidade já foi restabelecida, sendo expectável o restabelecimento total nas próximas horas", prevê.

No entanto, o primeiro-ministro avisa que a "demora na retoma pode ser superior em Portugal em comparação àquilo que está a ser em Espanha".

"Espanha tem a possibilidade de ter interligações com outros países e Portugal só está ligado a Espanha", esclareceu.

Por fim, Montenegro destacou a "compreensão, serenidade e sentido cívico" demonstrada pelos portugueses durante esta situação de "crise energética".

[Notícia atualizada às 22h00]

Leia Também: Mais de metade das subestações elétricas espanholas já com energia

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