Museus e monumentos nacionais perderam 70% dos visitantes em 2020

Os museus, monumentos e palácios nacionais registaram uma quebra de 70,4% de visitantes em 2020, em relação a 2019, revelou hoje à agência Lusa a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

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Lusa
28/01/2021 13:14 ‧ 28/01/2021 por Lusa

Cultura

Covid-19

Os dados divulgados pela DGPC indicam que o conjunto de 25 museus, monumentos e palácios tutelados recebeu um total de 1.295.528 visitantes no ano passado, face aos 4.817.927 visitantes de 2019, descida que revela o impacto da pandemia de covid-19.

Os museus, monumentos e palácios nacionais - tal como todos os demais espaços culturais - estiveram encerrados entre 14 de março e 17 de maio de 2020, na sequência do confinamento decretado pelo Governo para travar a propagação do coronavírus.

No ano passado, ainda segundo as estatísticas da DGPC, 5.101 pessoas visitaram, em média, diariamente, os museus, monumentos e palácios nacionais, quando, em 2019, esse número foi de 15.745 entradas diárias.

Quanto ao número global de visitantes em 2020, por unidade, o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, liderou os mais visitados, com 234.007 (foram 1.096.283 em 2019), seguindo-se o Palácio Nacional de Mafra com 129.995 entradas (360.845 em 2019), a Torre de Belém, também na capital, com 128.785 (427.235 em 2019), o Convento de Cristo, em Tomar, com 113.783 visitantes (365.379 em 2019), e o Mosteiro da Batalha com 100.427 (416.793 em 2019).

Seguiram-se o Museu Nacional de Arqueologia, também em Lisboa, com 74.646 visitantes (263.650 em 2019), o Mosteiro de Alcobaça, com 67.026 (219.945 no ano anterior), o Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, com 61.869 (132.556 em 2019), o Museu Nacional de Arte Antiga, igualmente na capital, com 58.052 (150.777 em 2019), e o Museu Nacional do Azulejo, também em Lisboa, com 49.635 (233.595 em 2019).

O Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, que habitualmente lidera os museus mais visitados, recebeu um total de 26.869 visitas, uma forte quebra comparativamente ao mesmo período do ano anterior, com 317.201 entradas, devido ao encerramento do Picadeiro Real, antigo espaço museológico que albergava a coleção, encerrado desde dezembro de 2019 para obras.

Segundo os números divulgados à Lusa, a evolução do número de visitantes começou por registar uma subida no início deste ano, em janeiro e fevereiro, respetivamente, com um aumento de 5,6% em janeiro, num total de 259.662 entradas no conjunto dos espaços tutelados, acima das 245.794 registadas em 2019, e aumento de 6,6% em fevereiro, com um total de 289.169, acima dos 271.304 no mesmo mês no ano anterior.

No entanto, com a pandemia, e a determinação do Estado de Emergência no país e o consequente encerramento dos 17 museus, dois palácios e seis monumentos, março já registou uma quebra de 74,8% (96.016 entradas, quando em 2019 tinham sido 381.577).

Com os espaços encerrados, em abril registaram-se zero entradas, enquanto no ano anterior, no mesmo mês, as visitas ascenderam a 466.448.

Após a reabertura, a 18 de maio - Dia Internacional dos Museus - o impacto negativo continuou a fazer-se sentir, com uma quebra de 97,6%, e um total de 12.407 visitantes até ao final desse mês, muito abaixo dos 509.447 registados em maio de 2019.

Em junho, com a reabertura em pleno, essa descida atenuou-se para 89,1%, tendo esse mês registado um total de 47.227 entradas, em comparação com os 433.860 visitantes de 2019.

Ainda segundo a DGPC, esta quebra de 89,1% em junho representa ainda uma descida de quase 70% nos visitantes estrangeiros, que têm um peso significativo em muitos museus nacionais, sobretudo em Lisboa.

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