Realizado pela organização não-governamental Help Images, que promove a consciencialização social, cívica e ambiental das populações, o documentário conta a história deste bairro no concelho da Amadora que viu nascer a primeira barraca em 1994 e que já passou por várias fases do realojamento da sua população, maioritariamente cabo-verdiana.
O documentário conquistou o Prémio de Excelência e o Prémio de Me´rito do Impact DOCS Awards de 2020, competição que faz parte do Global Film Awards (GFA), nos EUA.
De acordo com o júri, "suportado em testemunhos na primeira pessoa, 'Os Herdeiros do Bairro' apresenta uma narrativa habilmente elaborada e entrevistas potentes com foco em verdades fundamentais e valores partilhados por todos os humanos".
"Os Herdeiros do Bairro" - Trailer from Help Images on Vimeo.
"[Este reconhecimento] será uma oportunidade relevante a nível nacional e internacional para dar a conhecer o nosso documentário (...) e as histórias dos seus protagonistas", afirmou Raquel Clemente Martins, guionista e uma das realizadoras do filme.
Com este galardão, a Help Images junta-se a outros vencedores deste prémio internacionalmente reconhecido, incluindo o fotógrafo e realizador vencedor do Oscar Louie Psihoyos pelo seu "Best of Show 2016 - Racing Extinction", o vencedor do Oscar Yael Melamede por "(Dis) Honesty - The Truth About Lies" e o vencedor do Emmy Gerald Rafshoon, por "Endless Corridors", narrado pelo ator Jeremy Irons.
"O júri e eu ficámos simplesmente maravilhados com a variedade e a importância dos documentários que visionámos", referiu Rick Prickett, que preside ao Impact DOCS Awards.
Este documentário já tinha sido reconhecido em outros festivais internacionais, nomeadamente no "Tempus" e no "Cathalsis", no qual foi semifinalista, e nos festivais "Cine Fern" e "Lime Light Film Contest", em que fez parte da Seleção Oficial.
"Herdeiros do Bairro" conta a história da população que habitou o Bairro 6 de Maio ao longo de mais de cinco décadas e que viveu nas barracas e casas, parte das quais são agora entulho que preenchem o chão, outrora escasso.
Ali chegaram a morar 1.200 famílias desde que o cabo-verdiano Estevão, o primeiro morador do bairro e que dá o seu depoimento para este documentário, constrói a primeira barraca, em 1974, dois anos após deixar as roças de São Tomé para trabalhar na construção civil, em Portugal.