Com organização de Céline Coturel e coordenação de Cristina Azevedo Tavares, os arquivos, em exposição na biblioteca da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), são exibidos pela primeira vez na sequência de um processo de digitalização que passou a estar disponível para consulta, segundo a instituição.
Durante décadas, os arquivos da FBAUL preservaram estas imagens sem poder inventariá-las e, agora, depois de digitalizado, este banco de imagens revelou um conjunto inédito de cerca de 450 fotografias do artista português Eduardo Portugal (1900-1958).
Eduardo Portugal imortalizou centenas de monumentos nas maiores cidades de Portugal, focando-se em detalhes da arquitetura gótica ou locais religiosos e em cenas da vida quotidiana.
A atividade fotográfica que o autor iniciou na década de 1920 intensificou-se consideravelmente nas três décadas seguintes, por todo o país, documentando não só o património histórico edificado, como também as tradições populares locais, com fotografias que remetia às comissões de iniciativas de turismo, das respetivas câmaras municipais, propondo a sua publicação.
Neste âmbito, recebeu também encomendas do Conselho Nacional de Turismo, do Conselho de Turismo da Comissão de Propaganda de Portugal no Estrangeiro e do Secretariado de Propaganda Nacional.
Editou coleções de postais ilustrados e elaborou brochuras com imagens, acompanhadas de textos de sua autoria, promovendo o país nas casas de Portugal em Londres, Antuérpia, Paris e Rio de Janeiro.
Os arquivos fotográficos da FBAUL em exposição a partir de quinta-feira contêm ainda materiais didáticos da época: 'slides' de pinturas dos séculos XV a XX apresentados em aula, incluindo obras do Museu Gulbenkian, cerca de trinta álbuns de cartas postais de 1937, ou da conceituada editora francesa Nathan sobre a História da Arte.
Fotografias de esculturas feitas por alunos e anotadas pelos professores, doações de estudantes ou visitantes são outros materiais reunidos no banco de imagens da faculdade agora em exposição.