A obra, com 200 páginas, culmina 15 anos de trabalho de Nuno Manuel Alegre, gestor hoteleiro e arqueólogo amador, que ao longo deste período foi pesquisando para chegar, "com uma dose razoável de certeza", ao significado da palavra Bussaco, nome da serra que domina a paisagem da Bairrada, no distrito de Aveiro.
"Porque se chama assim e como é que a grafia evoluiu até aos nossos dias e qual é que será a forma correta para escrever esse nome, de maneira a refletir a sua função original, é o objetivo da publicação", disse o autor à agência Lusa.
Segundo Nuno Manuel Alegre, o livro aborda também a história comum que existe desde a Foz do Mondego, Montemor-o-Velho, Serra da Boa Viagem, Gândara, Mira, Cacia e a Foz do Vouga.
"No fundo, é um losango de pontos de referência, que são fundamentais para se conseguir chegar a uma conclusão sobre o topónimo Bussaco. Porque sem o estudo dessa influência e dessa história comum, não seria possível chegar a conclusão nenhuma", refere.
Sem desvendar o conteúdo da conclusão a que chegou, o autor considera que as pessoas vão ficar, "há falta de outra teoria melhor e mais bem fundamentada, agradadas com a solução final e perceber finalmente a grande confusão que há entre escrever Bussaco com cê de cedilha ou os dois esses".
As pessoas "vão optar definitivamente por um tipo de grafia e perceber porquê", disse.
"Tem-se uma dose razoável de certeza sobre o motivo que originou, não só o nome, mas também a confusão na grafia, que é exatamente o que o livro vem esclarecer", sublinha Nuno Manuel Alegre.
O autor lamenta que as pessoas repitam "erros sem fim ao longo de livros e livros, sem saberem exatamente o que estão a escrever, na esperança de que um erro escrito milhares de vezes acabe por trazer alguma luz".
Para ajudar a deslindar a origem etimológica do Bussaco, topónimo com mais de 2.500 anos, Nuno Manuel Alegre contou com a ajuda do professor Moisés Espírito Santo, especialista em línguas pré-latinas.
O livro 'Na Mira do Bussaco' é apresentado no sábado, às 15:00, no Cineteatro Messias, na Mealhada.
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