"O NOMA entregou o prémio de melhor filme internacional a 'Otra Condena', de Juan Manuel Repetto, justificando o júri a escolha [pelo] 'retrato honesto e humanizador de uma batalha isolada no campo da ação social; pelo cuidado na exposição de personagens muitas vezes relegadas às margens da sociedade, e por oferecer soluções de futuro onde uma segunda oportunidade é possível sem a ostracização definitiva de alguns dos seus elementos'", refere a organização do festival, num comunicado hoje divulgado.
Na competição internacional, foi ainda atribuída uma menção honrosa a 'Ophir', de Olivier Pollet, "filme que arrecadou também o Prémio do Público, obtendo a melhor média de votos entre os espectadores do festival".
O prémio de Melhor Filme Nacional foi atribuído a 'Visões do Império', de Joana Pontes, que, de acordo com o júri, "resgata narrativas ignoradas dos cantos escuros da história, e constrói novos olhares sobre arquivos pessoais e nacionais; um trabalho de extrema importância neste período em que movimentos racistas e xenófobos começam a ganhar espaço".
O júri do festival é constituído pelo realizador micaelense Diogo Lima, por Ana Margarida Cunha e Silva, da Cooperativa Regional de Economia Solidária Cresaçor, pelo fotojornalista Eduardo Leal, por Joana Sousa, programadora do Doc Lisboa, e pela realizadora Salomé Lamas.
De acordo com a organização, "ao longo de uma semana [entre 27 e 31 de julho] foram mais de oitocentos os espectadores que marcaram presença nas sessões e conversas que decorreram no Teatro Micaelense".
Para o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Ponta Delgada, que organiza o NOMA Azores, citado no comunicado, estes números "lançam forte alicerce para a continuidade deste projeto".
"Ficou claro que existem todas as condições para fazer do NOMA, um evento de referência no plano nacional e no contexto europeu, criando um espaço a partir dos Atlântico de debate e reflexão dos Direitos Humanos", afirmou o responsável, acrescentando que, "através dos 11 filmes exibidos, reforçou-se a consciencialização das pessoas para a problemática dos Direitos Humanos, passou-se a mensagem de que Ponta Delgada se preocupa com a humanidade e reafirmou-se a convicção em fazer da cultura um meio de transformação para melhorar as sociedades".
Na primeira edição do NOMA Azores - Festival Internacional de Cinema de Direitos Humanos foram exibidas oito longas-metragens e três curtas-metragens que foram selecionadas de entre mais de 400 candidaturas.
Esta é uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Ponta Delgada e produzida pela Associação Cultural Silêncio Sonoro.
Durante o NOMA, foram também promovidos debates sobre cinema e direitos humanos.
Leia Também: 'Pássaros Engaiolados' de Oliver Rihs vence Festival de Cinema de Avanca