Na estreia, a sessão principal terá quatro filmes sobre inclusão com audiodescrição e legendagem, procurando sensibilizar para a temática e chegar ao maior número possível de pessoas, sobretudo as que têm necessidades especiais.
"Este é um passo em frente, o primeiro de muitos passos que temos de dar. Queremos marcar a diferença com a componente da inclusão e por a região no mapa com esta abordagem", disse hoje, na apresentação, o presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista dos Santos, que organiza o novo festival com a associação Leiria Film Fest.
Para Paulo Batista dos Santos, o BIFF surge num "território inclusivo", que procura com o festival "partilhar a cultura de forma igual com todos", mas não só as pessoas portadoras de deficiência.
"Há um conjunto de doenças que a idade traz. Haverá 80 milhões de europeus que poderão estar a caminhar para dificuldades na sua mobilidade, na visão e na audição. Hoje a inclusão não se esgota só em quem é portador de deficiência, mas em todos os nossos concidadãos que têm dificuldades e que querem participar ao longo da vida no que é a cultura e o turismo", acrescentou.
Para Bruno Carnide, do LFF e responsável pelo BIFF, a inclusão "tem muito que se lhe diga", já que para chegar a todo o público seria necessário um orçamento "muito maior" e "muito mais tempo".
Nesta primeira edição apenas haverá, por isso, uma sessão preparada para pessoas surdas e cegas. "Há uma equipa de oito pessoas a trabalhar desde há três semanas na tradução e legendagem" e "são apenas quatro filmes com 40 minutos".
Esse trabalho está a cargo do Centro de Recursos para a Inclusão Digital, do Politécnico de Leiria, com o auxílio de pessoas com dificuldades auditivas e de visão.
A intenção é aumentar o índice de inclusão em próximas edições, mesmo que seja "impossível passar um filme e ele estar disponível para todas as pessoas". "Era preciso pensar em minorias, comunidades emigrantes e muito mais", exemplifica Bruno Carnide.
No arranque do BIFF, a inclusão começa nos 'flyers', produzidos com letra maior do que o habitual, passa pela gratuitidade dos bilhetes e pela acessibilidade à sala, mas também pela abrangência etária dos filmes exibidos.
A organização tenta ainda disseminar o gosto pelo cinema, mostrando quatro filmes com ligação ao concelho da Batalha. "Percebemos que não há aqui muita gente a fazer filmes e queremos que este festival possa alavancar esse interesse", disse o diretor do festival.
O BIFF começa às 11:00 de sábado no Auditório Municipal da Batalha, com filmes para crianças da Monstrinha, prosseguindo à tarde com curtas da produtora Tripé e filmes realizados no concelho.
O destaque é o Grande Prémio Inclusão, que fecha a programação com a competição entre quatro filmes que abordam desde a dança de pessoas com mobilidade reduzida às migrações, passando pelos transtornos obsessivos compulsivos à obesidade e anorexia
A concurso estão "Raiz", de Vasco André dos Santos, "Roberto", de Carmen Córdoba Gonzalez, "Nestor", João Gonzalez, e "Migrants", de Hugo Caby, Antoine Dupriez, Aubin Kubiak, Lucas Lermytte e Zoé Devise.
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