De acordo com o júri do prémio, coordenado por José Manuel Mendes, "a obra de Rui Miguel Tovar representa uma perspetiva original em que a viagem surge como uma procura do fenómeno atual que é o do desporto no mundo".
"Trata-se de compreender uma forma peculiar de caminhar, entendendo que o olhar do viajante pode não partir da viagem em si. O ritmo, a intensidade e a vida estão bem presentes", acrescenta.
O júri, constituído por Guilherme d'Oliveira Martins, Luísa Mellid-Franco e Paulo Moura, atribuiu o prémio a "Viagens Sem Bola", editado pela Quetzal, por maioria.
A esta 4.ª edição do Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga, instituído pela APE, com o patrocínio da Câmara Municipal de Braga, concorreram obras publicadas em 2020.
O valor monetário deste prémio para o autor distinguido é de 12.500 euros.
Em "Viagens sem Bola", o jornalista Rui Miguel Tovar fala de jogos no Qatar, na Argentina, Paraguai, Itália, Espanha, China, Tailândia, Maldivas, Vietname, Chile, entre outros.
A particularidade destas viagens é que o autor não escreve especificamente sobre futebol, mas de tudo o resto à volta dos jogos, como as cidades, a comida, as pessoas, a história de uma região, o modo como se chega a certa aldeia chinesa ou a uma partida de futebol de praia na Tailândia, como se comportam os fãs de um clube argentino, o ator de Hollywood que é fã do San Lorenzo (o clube do Papa), ou as mulheres que assistem, às escondidas, a um jogo no Qatar, descreve a sinopse.
Rui Miguel Tovar nasceu a 16 de fevereiro de 1977 e tornou-se jornalista em 1995. Entrou primeiro no Record e em janeiro de 2009 mudou para o jornal i, onde ficou até dezembro de 2015, altura em que decidiu seguir carreira como 'freelance'.
No ano passado, a vencedora deste prémio foi Alexandra Lucas Coelho, com a obra "Cinco Voltas na Bahia e Um Beijo para Caetano Veloso".
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