Bienal do Livro do Rio de Janeiro tem expetativa de reunir 300 mil
A Bienal Internacional do Livro do Rio, organizada na cidade brasileira do Rio de Janeiro, arranca hoje com a expectativa de receber 300 mil pessoas ao longo de dez dias de programação.
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A bienal será o primeiro grande evento de cultural desde que esta cidade brasileira começou a retirar as restrições impostas para conter a pandemia de covid-19.
Entre os escritores convidados para a edição deste ano destacam-se a argentina Mariana Enriquez, especialista em literatura fantástica, a australiana Monica Gagliano e os norte-americanos Matt Ruff, Beverly Jenkins, Julia Quinn e Josh Mallerman.
Uma das apresentações em que se espera maior público é a do japonês Junjo Ito, um dos maiores autores do 'manga' de terror.
Entre os esperados autores brasileiros estão Raphael Montes, aclamado autor de ficção policial;, Nei Lopes, Thalita Rebouças, Luiz Antônio Simas, Tati Bernardi, Conceição Evaristo e Itamar Vieira.
O escritor português Valter Hugo Mãe havia sido confirmado pelos organizadores entre os participantes de uma mesa de debate com o filósofo e líder indígena brasileiro Ailton Krenak, mas em meados de novembro comunicou que o anúncio de sua participação no evento foi precipitado e informou que não iria participar.
Na cerimónia de abertura da Bienal do Rio, realizada nesta sexta-feira, foi feita uma homenagem à juíza Carmen Lúcia, uma das magistradas do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil a quem o Sindicato das Editoras de Livros decidiu entregar o Prémio José Oympio, como autora de importante frase em defesa da liberdade de expressão.
"Com uma decisão histórica em que declarou que 'a censura acabou', a magistrada garantiu aos autores brasileiros total liberdade para publicar biografias não autorizadas e permitiu que os leitores entendessem melhor a história", disse o presidente do Sindicato Nacional dos Editores do Livro (SNEL), Marcos da Veiga Pereira.
Apesar de os organizadores terem imposto diversas medidas de segurança sanitária, como o uso obrigatório de máscaras e a apresentação do certificado de vacinação, o público esperado este ano representa a metade do recebido na última edição, em 2019.
Também por questões de segurança, a edição deste ano, a vigésima da história da Bienal, foi adiada por dois meses, passando de outubro para dezembro, num momento em que a pandemia mostra forte desaceleração no Brasil, segundo país com mais mortes no mundo por covid-19 (615 mil), e o terceiro com mais casos (22,1 milhões).
Apesar dessa melhoria, os organizadores não apenas reduziram o público permitido no Centro de Convenções Riocentro, mas também ampliaram para 100 mil metros quadrados os 160 expositores inscritos, incluindo 85 editoras, o que facilita o distanciamento social.
"A Bienal é o grande festival do livro e o maior evento cultural do Brasil, e é muito importante que seja o primeiro evento do género em tempos de transição para a normalidade", disse o presidente do SNEL.
O evento prevê lançamentos, conferências, painéis e debates, alguns dos quais de forma virtual para evitar aglomerações.
Haverá também diversos encontros que promoverão a diversidade em resposta a polémica declaração concedida na edição de 2019 pelo então prefeito do Rio de Janeiro, o pastor evangélico Marcelo Crivella, ao censurar uma revista que na capa destacava o beijo entre dois homens.
A programação em 2021 será composta por debates sobre juventude e fé, poesia, desenvolvimento sustentável, política e democracia, feminismo, jornalismo investigativo, geek e cultura pop, tendências do mercado literário e música e 'streaming', entre outros.
A vigésima edição da Bienal do Livro do Rio ocorre em dois pavilhões e nas áreas externas do Riocentro, na Barra da Tijuca, até 12 de dezembro.
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