O funeral realizar-se-á às 14:15, para o cemitério dos Olivais, na capital.
Lauro António, programador, crítico e realizador de cinema, morreu hoje, aos 79 anos, em consequência de "um ataque cardíaco fulminante" em casa, em Lisboa.
Atualmente, Lauro António assegurava a programação da Casa das Imagens, em Setúbal, um espaço cultural criado a partir de uma doação de livros, filmes, fotografias e outros documentos que o crítico fez àquela autarquia.
Nascido em Lisboa, a 18 de agosto de 1942, Lauro António de Carvalho Torres Corado passou a infância e parte da adolescência em Portalegre e formou-se em História, em Lisboa.
Na década de 1960, ainda na faculdade, foi crítico de cinema nos jornais República e Diário de Lisboa, na revista Plateia, e mais tarde noutras publicações como Diário de Notícias e Se7e. Foi também membro do Cine-Clube Universitário de Lisboa e dirigente do ABC Cine-Clube.
Lauro António assinou o primeiro filme profissional em 1975, quando rodou a 'curta' documental "Vamos ao Nimas", sobre os cinemas de Lisboa, mas o mais conhecido dos seus filmes seria a adaptação do romance "Manhã Submersa" (1980), de Vergílio Ferreira.
A intensa atividade em torno do cinema fê-lo programar para várias salas de cinema, colaborar com a RTP e a RDP, publicar ensaios, dirigir festivais de cinema em Portalegre, Seia, Viana do Castelo e em Famalicão, e lecionar, consecutivamente, em cursos sobre cinema.
Nos anos 1990, estreou-se como encenador, com a peça "Encenação", no Teatro de Animação de Setúbal, mas ficou mais conhecido sobretudo pelo programa televisivo "Lauro António apresenta", título que recuperou para um blogue que atualizava com regularidade com crítica sobre cinema.
É autor de livros como "Cinema e Censura em Portugal" e "O Cinema entre Nós".
Em 2018, Lauro António recebeu o Prémio Carreira do Fantasporto, foi distinguido pela Academia Portuguesa de Cinema com um prémio Sophia de carreira e condecorado pelo Presidente da República com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
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