Em comunicado, a Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC), que organiza o evento, adiantou que aquelas obras foram selecionadas pelo júri do concurso internacional entre "um número recorde de 1.164 obras" que se apresentaram a concurso, "num total de 741 candidaturas de artistas, oriundos de 50 países".
As 96 obras que vão ser apresentadas ao público, da autoria de 77 artistas "maioritariamente provenientes de países como Portugal, Brasil, Espanha, Itália, Alemanha e França" refletem, segundo a diretora artística da bienal, Helena Mendes Pereira, "o reconhecimento e importância do evento no panorama nacional e internacional da arte contemporânea".
Segundo a responsável, citada numa nota enviada às redações, aquela participação permite "que a bienal se continue a afirmar como um local de apresentação das vanguardas e, sobretudo, de artistas que também sonham, em mudar o mundo".
A 22.ª edição da bienal de arte "propõe-se refletir sobre questões globais fraturantes, como a sustentabilidade, as alterações climáticas, a equidade entre géneros e etnias ou a urgência da paz".
A análise dos trabalhos que se apresentaram ao concurso internacional esteve a cargo de um júri composto pela diretora artística do evento, Helena Mendes Pereira, pela diretora da licenciatura em artes visuais da Universidade do Minho, Carla Cruz, pelo diretor do centro de arte contemporânea Graça Morais, Jorge da Costa, pelo curador, investigador e docente na escola superior de artes e design de Caldas da Rainha, do Instituto Politécnico de Leiria, Mário Caeiro e pelo artista e docente da Faculdade de Belas Artes de Pontevedra, da Universidade de Vigo, na Galiza, Kako Castro-Muñiz.
Os trabalhos dos artistas selecionados ficam sujeitos aos prémios aquisição Câmara Municipal, num total de 20 mil euros.
No ano em que a bienal comemora 44 anos, tem como tema "We must take action!/Devemos agir!" num apelo à reflexão sobre as emergências globais.
O evento vai ainda homenagear Helena Almeida (1934-2018), 38 anos depois da participação da artista plástica na quarta edição da bienal, em 1984, na qual foi premiada pela obra "Saída Negra".
A XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira irá manter o seu formato híbrido, conjugando exposições e eventos de fruição presencial, com atividades no meio digital, como as entrevistas com artistas, visitas guiadas, 'performances' e intervenções artísticas, entre outras ações.
A bienal tem o apoio da Direção-Geral das Artes, no âmbito da candidatura "Fundação Bienal de Arte de Cerveira: a Arte Contemporânea integrada na sociedade e no mundo", no valor global de 294.212 euros.
Na última edição, em 2020, foram apresentadas mais de 350 obras de cerca de 370 artistas de 38 países.
Nesse ano, segundo dados então revelados à Lusa pela organização, o evento contabilizou mais de 100 mil visitantes presenciais e virtuais.
Daquele total, quase 30 mil passaram pelos espaços expositivos em Vila Nova de Cerveira.
Já no formato digital, através das redes sociais, a bienal contabilizou 70 mil visualizações e cerca de três mil participantes nas visitas virtuais.
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