O músico assume o cargo até ao final de 2022 e, nos últimos meses, fez um diagnóstico que o levou a concluir a necessidade de dar "um impulso à internacionalização destes artistas".
"Estamos aqui para criar essas pontes com o exterior" e "ser uma força aglomeradora de ideias, projetos e motivações", prometeu hoje Daniel Bernardes, que encontrou em Leiria "muito potencial" e "gente com muito talento".
"É quase impossível enquanto espetador ter a noção da grandeza de tudo o que aqui temos. Temos 13 coros, 11 filarmónicas, três escolas de música com trabalho muito relevante", descreveu, salientando "o capital humano, [que] em quantidade e qualidade, é extraordinário".
Daniel Bernardes assume pela primeira vez funções de gestão e programação, encarando o desafio como "um estímulo".
"Enquanto artista é, também, uma lufada de ar fresco, depois de dois anos de pandemia. Para mim é muito refrescante".
A aposta no músico para a direção artística é a opção do município para "refrescar o ambiente musical" de Leiria, num ano encarado como de "recomeço e afirmação criativa" do projeto Cidade Criativa da Música Unesco, disse a vereadora da Cultura.
"Com o programa hoje apresentado, vamos conseguir aprofundar, alargar horizontes e diversificar", acrescentou Anabela Graça, que anunciou ainda a criação de uma equipa de trabalho residente para o projeto da Unesco e um orçamento de pelo menos 100 mil euros para este ano.
O novo diretor artístico apresentou uma programação que contempla 24 iniciativas entre março e dezembro de 2022, com oficinas, festivais, concertos, simpósios, colóquios, 'masterclasses', ações em escolas, celebração de efemérides e presença de músicos de Leiria em 'showcases' internacionais.
As iniciativas preparadas procuram "um ecletismo sem enviesamento de estéticas, correntes ou gostos pessoais", apontando à "cooperação internacional" com outras cidades criativas. Nesse sentido, estão previstas apresentações de Surma e Whales na Coreia do Sul, em maio. Surma irá também, em junho, marcar presença num concerto de Ney Matogrosso e Fado Bicha, no Central Park, Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.
O plano pretende ainda chegar às minorias e às escolas, descobrir artistas emergentes, fomentar cruzamentos artísticos, trabalhar a formação e capacitação artística e administrativa de agentes, promover a igualdade de género e sustentabilidade ambiental, atrair público de todo o país a Leiria e focar-se na criatividade:
"Queremos projetos criativos, que façam sonhar e que transformem as pessoas e lugares. Queremos ser agente de sonho e a música serve precisamente para isso", frisou Daniel Bernardes.
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