"Sabemos que o 25 de abril nasce na Guiné-Bissau, foi o berço de toda esta situação nova, e isso envolveu pessoas, tocou sentimentos, uniu e desuniu pessoas, provocou viagens inesperadas, novas situações na vida", afirmou o escritor, no Centro Cultural Português, onde decorreu a apresentação do livro.
Segundo Tony Tcheka, pseudónimo de António Soares Lopes, o livro trata uma "série de acontecimentos que foram surgindo, inesperados na maior parte dos casos, e situações difíceis, de perceber a nova realidade, mais do que perceber, aceitá-la".
"Essa aceitação passaria muitas vezes por questões identitárias de inserção em sociedades novas à procura de encontrar o ontem, que perderam. Há uma situação de discrepância de choques, desventuras autênticas, tocando famílias, afastando pessoas e algumas entraram em desespero de causa", afirmou.
"Tudo isto que vai acontecendo neste livro em diferentes situações, com diferentes personagens, numa realidade que mexe com as pessoas e cujas consequências ainda hoje se vivem", salientou.
O também jornalista explicou que livro abrange um período vasto da história e conta os problemas dos guineenses em Portugal, como conta problemas que "foram na bagagem dos guineenses, como a mutilação genital feminina".
Tony Tcheka tem vários livros editados e recebeu recentemente o prémio literário Guerra Junqueiro.
A apresentação do livro foi seguida de uma mesa-redonda sobre os "Desafios da edição na lusofonia. Como criar um mercado lusófono do livro", que marcou o início das comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinala quinta-feira.
Leia Também: Universidade Federal do Paraná inaugura Cátedra Saramago na sexta-feira